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Saúde promete 8 milhões de doses a prefeitos para vacinação no dia 20

7.jan.2021 - O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante coletiva no Palácio do Planalto - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
7.jan.2021 - O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante coletiva no Palácio do Planalto Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Douglas Porto e Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

14/01/2021 20h13Atualizada em 14/01/2021 22h21

Após meses sem um calendário de vacinação, o Ministério da Saúde se reuniu hoje com a Frente Nacional de Prefeitos e prometeu distribuir oito milhões de doses da vacina do Instituto Butantan, a CoronaVac, e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) na próxima semana para começar a campanha nacional de vacinação no dia 20.

O início da vacinação, no entanto, ainda depende da aprovação do uso emergencial dos imunizantes pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que vai anunciar o resultado das análises neste domingo (17).

Não está descartada a hipótese da vacinação começar no dia 21, segundo o presidente da Frente, Jonas Donizette. Isso porque o avião responsável por buscar parte das doses da vacina da Fiocruz na Índia só deve sair do país nesta sexta-feira (15).

Ao todo, segundo Donizette, serão distribuídas 8 milhões de doses, sendo dois milhões de doses da vacina da Fiocruz e 6 milhões de doses da CoronaVac, que já estão prontas para uso em solo brasileiro, já que são fabricadas no país.

O presidente da Frente ainda disse, sem dar detalhes, que cinco milhões de brasileiros serão vacinados nesta primeira leva de imunizantes. "Não serão só capitais. As vacinas serão distribuídas em dois critérios: para idosos em instituições de longa permanência e que devem ser imunizados 70% dos profissionais de saúde que trabalham na linha de frente", disse em entrevista a jornalistas após a reunião com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

Até o momento, no entanto, o Ministério da Saúde não se pronunciou oficialmente e não deu detalhes sobre a logística de vacinação. Em live na noite de hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro voltou ao assunto e, sem dar detalhes sobre como o governo federal pretende agir, trouxe para si a responsabilidade.

"Queria reforçar que nenhuma iniciativa de estado ou município estará fora do PNI, nenhuma", afirmou, em referência à disputa que o presidente trava com o governo paulista.

Vamos neste mês de janeiro iniciar nosso processo de vacinação de forma única no país e de forma centralizada, pelo SUS, e não por um estado ou prefeitura individualmente."
General Eduardo Pazuello

"Nós contratamos, entregamos, o estado participa da discussão logística de entrega, mas quem vacina é o município", afirmou. "Estive na frente nacional de prefeitos, uma grande frente, avaliei a preparação dessas prefeituras e posso afirmar que o país está preparado para iniciar a vacinação. Temos a flexibilidade de reforçar essa ou aquela prefeitura, esse ou aquele estado, com insumos ou o que for necessário."

Há uma estratégia do governo federal com o SUS, ela foi desenhada há seis meses. Estamos na cronologia correta dessa estratégia e vamos, em janeiro, iniciar a vacinação. Em janeiro, com dois, seis ou oito milhões de doses, vamos nos tornar o segundo, talvez o primeiro, dependendo dos EUA, país que mais vacinou no mundo. Quando entrarmos em fevereiro com a nossa produção em larga escala, e nosso PNI, que tem 45 anos, vamos ultrapassar todo mundo, inclusive os EUA."
General Eduardo Pazuello

Cancelamento de acordo

A decisão do Ministério da Saúde de distribuir as vacinas por meio do PNI (Plano Nacional de Imunização), como é comum ao longo da história do Brasil, fez com que o Butantan rompesse o acordo com cidades de todo o Brasil que queriam ter acesso à CoronaVac.

Esse acordo havia sido assinado entre o Instituto, com intermédio do governo estadual, e mais de mil cidades, garantindo aos municípios que eles poderiam vacinar seus moradores caso o governo federal não comprasse doses da CoronaVac. Como o executivo nacional assinou a compra de 46 milhões de doses até abril e se comprometeu a distribui-las, o combinado foi desfeito hoje.

O governo de São Paulo, de toda forma, mantém o calendário de vacinação estadual, anunciado em dezembro do ano passado e com data de início para o próximo dia 25, data do aniversário da capital paulista.

No entanto, a secretaria de Saúde estadual já prepara a logística necessária para não sair atrás do governo federal e começar a vacinação também no dia 20.

Na expectativa de que a CoronaVac seja aprovada pela Anvisa, milhões de doses do imunizante, feito em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, deverão sair da capital logo na segunda-feira (18) para serem distribuídos aos postos de saúde de grandes cidades da Região Metropolitana e do interior.

Seringas e agulhas

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos afirmou hoje, após a reunião com Pazuello, que todas as cidades que participaram da reunião confirmaram que têm estoques suficientes para começar a campanha de vacinação.

Segundo Donizette, Pazuello também disse ter comprado 30 milhões de seringas, que serão enviadas neste final de semana às cidades que manifestarem interesse.