SP diz que repassará 4,5 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal
O governo de São Paulo disse hoje que vai repassar 4,5 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ao governo federal. Dessa maneira, 1,5 milhão de doses devem permanecer no estado para a vacinação local.
Em entrevista coletiva realizada hoje no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que "não faz sentido" o estado entregar todas as 6 milhões de doses que estão prontas para depois receber de volta do governo federal pela campanha nacional de vacinação contra a covid-19.
"Seis milhões de doses estão prontas e disponíveis para a vacinação. São Paulo faz parte do Brasil, logo temos parcela entre 20 a 25% que cabe proporcionalmente à população. Não faz sentido encaminhar as vacinas para o ministério, para depois encaminhar para São Paulo. Temos a cota que sempre foi feita, e temos o agravante da pandemia", disse Doria.
Incluindo as 6 milhões de doses, o Butantan afirma ter no total 10,8 milhões de doses da CoronaVac garantidas para a distribuição. Parte delas ainda está em processo de envasamento nos frascos e rotulação. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, 4,5 milhões de doses estão envasadas e rotuladas.
As vacinas de São Paulo ficarão em São Paulo. Vacinaremos imediatamente. As vacinas que cabem ao Brasil serão encaminhadas ao Ministério [da Saúde], esperando que ministério seja rápido."
João Doria, governador de São Paulo
Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com a Frente Nacional de Prefeitos e prometeu 8 milhões de doses para começar a vacinação no próximo dia 20. O objetivo do ministério é distribuir dois milhões de doses da vacina da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e seis milhões da CoronaVac após a aprovação do uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A expectativa da gestão Doria continua sendo iniciar seu plano estadual de vacinação em 25 de janeiro, como já anunciado desde o ano passado.
Mas o governo paulista também se prepara para antecipar a vacinação para o dia 20, caso o governo federal consiga iniciar antes o plano nacional de imunização.
A Anvisa deve anunciar no domingo (17) a decisão sobre o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da AstraZeneca/Oxford. No caso da vacina de Oxford, o pedido foi feito pela Fiocruz, que fará a produção nacional do imunizante.
Mais vacinas além da CoronaVac
Apesar de ter feito todas as tratativas para ter a CoronaVac, o governo de São Paulo admite a possibilidade de usar outras vacinas contra a covid-19 para a vacinação no estado, principalmente nas próximas fases da campanha, que se iniciará com os grupos prioritários (profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas).
"Utilizaremos todas as vacinas que foram aprovadas pela Anvisa e foram disponibilizadas. Não escolhemos vacinas", disse Doria. "Esse programa [de vacinação] podemos começar com vacina do Butantan."
"Estamos recebendo esse número de doses proporcional à nossa população. E entendemos que vamos ter muito mais vacinas. E dessa forma poderemos acomodar para outras faixas, não apenas profissionais de saúde, mas também iniciando para a população de idosos", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
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