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SP diz que repassará 4,5 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal

Governador de São Paulo, João Dória mostra caixa da CoronaVac durante apresentação sobre índices de eficácia da vacina - DANILO FERNANDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, João Dória mostra caixa da CoronaVac durante apresentação sobre índices de eficácia da vacina Imagem: DANILO FERNANDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Rafael Bragança, Leonardo Martins e Allan Brito

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL

15/01/2021 14h54

O governo de São Paulo disse hoje que vai repassar 4,5 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ao governo federal. Dessa maneira, 1,5 milhão de doses devem permanecer no estado para a vacinação local.

Em entrevista coletiva realizada hoje no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que "não faz sentido" o estado entregar todas as 6 milhões de doses que estão prontas para depois receber de volta do governo federal pela campanha nacional de vacinação contra a covid-19.

"Seis milhões de doses estão prontas e disponíveis para a vacinação. São Paulo faz parte do Brasil, logo temos parcela entre 20 a 25% que cabe proporcionalmente à população. Não faz sentido encaminhar as vacinas para o ministério, para depois encaminhar para São Paulo. Temos a cota que sempre foi feita, e temos o agravante da pandemia", disse Doria.

Incluindo as 6 milhões de doses, o Butantan afirma ter no total 10,8 milhões de doses da CoronaVac garantidas para a distribuição. Parte delas ainda está em processo de envasamento nos frascos e rotulação. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, 4,5 milhões de doses estão envasadas e rotuladas.

As vacinas de São Paulo ficarão em São Paulo. Vacinaremos imediatamente. As vacinas que cabem ao Brasil serão encaminhadas ao Ministério [da Saúde], esperando que ministério seja rápido."
João Doria, governador de São Paulo

Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com a Frente Nacional de Prefeitos e prometeu 8 milhões de doses para começar a vacinação no próximo dia 20. O objetivo do ministério é distribuir dois milhões de doses da vacina da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e seis milhões da CoronaVac após a aprovação do uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A expectativa da gestão Doria continua sendo iniciar seu plano estadual de vacinação em 25 de janeiro, como já anunciado desde o ano passado.

Mas o governo paulista também se prepara para antecipar a vacinação para o dia 20, caso o governo federal consiga iniciar antes o plano nacional de imunização.

A Anvisa deve anunciar no domingo (17) a decisão sobre o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da AstraZeneca/Oxford. No caso da vacina de Oxford, o pedido foi feito pela Fiocruz, que fará a produção nacional do imunizante.

Mais vacinas além da CoronaVac

Apesar de ter feito todas as tratativas para ter a CoronaVac, o governo de São Paulo admite a possibilidade de usar outras vacinas contra a covid-19 para a vacinação no estado, principalmente nas próximas fases da campanha, que se iniciará com os grupos prioritários (profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas).

"Utilizaremos todas as vacinas que foram aprovadas pela Anvisa e foram disponibilizadas. Não escolhemos vacinas", disse Doria. "Esse programa [de vacinação] podemos começar com vacina do Butantan."

"Estamos recebendo esse número de doses proporcional à nossa população. E entendemos que vamos ter muito mais vacinas. E dessa forma poderemos acomodar para outras faixas, não apenas profissionais de saúde, mas também iniciando para a população de idosos", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.