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Gerência da Anvisa recomenda CoronaVac e AstraZeneca; diretores aprovam

Gabriel Sabóia, Guilherme Mazieiro e Luís Adorno

Do UOL, no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo

17/01/2021 12h43

A gerência técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou hoje a liberação do uso emergencial no Brasil das vacinas contra covid-19 CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz.

Posteriormente, na reunião, a recomendação foi seguida e os cinco diretores da Anvisa votaram pela aprovação das vacinas. A Anvisa diz que a decisão sobre ambas as vacinas se baseou em pareceres de áreas técnicas e que, se aprovadas, serão usadas preferencialmente em programas de saúde pública.

Com relação à CoronaVac, o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que a vacina teve o dado de imunogenicidade considerado não adequado, mas, tendo em vista a necessidade brasileira, recomendou a aprovação do imunizante.

"A recomendação, como área técnica, é que, tendo em vista o cenário da pandemia, aumento do número de casos e ausência de alternativas terapêuticas, a gerência recomenda a aprovação do uso emergencial da CoronaVac, com acompanhamento das incertezas que ainda temos e reavaliação periódica", disse Mendes.

A decisão sobre a aprovação foi tomada por diretores da Anvisa: Antonio Barra Torres, que é diretor-presidente da Anvisa, a relatora dos pedidos, Meiruze Sousa Freitas, e os demais diretores Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos.

Já com relação à AstraZeneca, Mendes também afirmou que "com a mesma perspectiva, recomendamos a aprovação, condicionada ao monitoramento de incertezas apontadas e reavaliação periódica".

Reunião da Anvisa

O foco da Anvisa na reunião de hoje é analisar a eficácia e a segurança das vacinas, de acordo com a própria agência reguladora, para o uso emergencial, ou seja, para uso destinado a imunização de grupos de risco, como indígenas, idosos e profissionais de saúde.

Com a decisão da Anvisa, o Brasil já poderá, em tese, aplicar os imunizantes. A medida, no entanto, valerá a partir do momento em que a decisão for publicada no DOU (Diário Oficial da União), o que pode ocorrer ainda neste domingo.

O início da imunização dependerá, porém, da organização da campanha e da logística de distribuição de doses. A expectativa do Ministério da Saúde é começar a vacinação nesta semana.

O Instituto Butantan afirma ter à disposição 10,8 milhões de doses da vacina Coronavac em solo brasileiro. No final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto está estimada em 46 milhões de doses.

Já a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina AstraZeneca/Oxford importadas da Índia. Na última sexta-feira, o governo indiano frustrou as expectativas do Planalto após afirmar que não pode atender demanda brasileira agora.

Para imunização, ambas as vacinas precisam de dose dupla.