Se casos caírem 60% em BH como em Israel, abro cidade amanhã, diz Kalil
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que abriria a cidade amanhã se as internações caíssem em 60% como em Israel, que, proporcionalmente, é o país que mais vacinou no mundo. Mais de 3 milhões de pessoas já receberam o imunizante.
"Os números [de casos, mortes e internações pela covid-19] em BH estão caindo, mas não na velocidade que deveriam. Acho que o próprio comércio entendeu que vai precisar de uma abertura gradativa. Ninguém quer morrer não, não agora que está chegando a vacina", disse Kalil durante o UOL Entrevista, conduzido pelo colunista Josias de Souza e pela repórter Amanda Rossi.
"A vacina está aí. Em Israel, as internações caíram 60%. Se em BH, cair 60% eu abro a cidade amanhã".
Em 6 de janeiro, a Prefeitura de Belo Horizonte decretou o fechamento do comércio não essencial em função do aumento no número de casos. Desde então, empresários pressionam pela reabertura.
"Lockdown quem fez foi Paris, lockdown é só uma expressão nacional. Fizemos o essencial, fechamos o que podia. Tem coisas que não podem fechar senão você leva ao caos", disse ele.
Utilizando Israel como exemplo, Kalil afirmou também ter 200% de confiança na eficácia da vacina contra a covid-19.
'Presidentes foram presos por menos'
Kalil também criticou a gestão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). "Nós fomos muito mal conduzidos no caso da pandemia. Seria uma cretinice muito grande achar que o governo do Brasil levou essa pandemia como deveria ser levada".
Presidentes foram desrespeitosamente levados à prisão por muito menos. Nada é mais importante que uma vida
Alexandre Kalil, prefeito de BH
"Acho que todos [gestores envolvidos] devem ser investigados. Esse negócio de pegar governador e prefeito que compraram respirador superfaturado é muito pouco para o que aconteceu nesse país. [A pandemia] é a maior tragédia que aconteceu aqui", declarou o prefeito.
As críticas se estenderam à escolha do general Eduardo Pazuello como Ministro da Saúde.
Nos governos militares, em todos os governos militares, os ministros eram médicos.
Alexandre Kalil, prefeito de BH
Cloroquina
O prefeito de BH afirmou ter ouvido do filho, o ortopedista Felipe Kalil, que atualmente nenhum médico vai arriscar o registro profissional receitando cloroquina, inclusive no Exército, como tratamento precoce para a covid-19.
Kalil disse ter enfrentado a pressão para adotar o "kit covid" em BH e insinuou resiliência para lidar com as cobranças.
Pressão é de cada ser humano, não é uma coisa. É igual temperamento, caráter, isso é pressão.
Alexandre Kalil, prefeito de BH
"Os que buzinavam, passavam, xingavam, iam para a porta da minha casa domingo... Eu disse para a minha mulher: 'Isso aí só quando começar a empilhar caixão vai acabar, porque nós nos prevenimos, nós fomos a primeira cidade a fechar'. Então, quando começou aquela tragédia em Manaus, acabou a buzina. A pressão vem muito da pessoa. Eu sou daquela teoria: Não empurra não que é pior."
'Vitória do governo de SP é nítida'
Kalil avalia que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), saiu vitorioso na queda de braço com o governo federal a respeito da política de vacinação.
Que a vitória do governo de São Paulo foi nítida e clara, isso ninguém tem dúvida né. O que eu disse no inicio: Esse jogo já acabou, está todo mundo no vestiário tomando banho. Essa taça já levaram.
Alexandre Kalil, prefeito de BH
'Não vou fazer a festa com dinheiro dos outros'
Kalil também declarou que não tirou fotos junto dos primeiros vacinados de Belo Horizonte "por coerência": "Não fui eu que forcei a barra para a vacina", declarou ele.
Vou fazer festa com dinheiro dos outros, fazer festa para quem estimulou mesmo, que foi o governo de São Paulo?
No entanto, o prefeito de BH disse não descartar a possibilidade de divulgar amplamente quando for a sua hora de se vacinar, publicando vídeos e fotos.
Pretendo ajudar com a credibilidade da vacina. Acho que é um ato importante [divulgar o prefeito tomando vacina], porque não está furando fila, fazendo nada de errado e você pode levar algumas pessoas. Você tem uma liderança que ganhou uma eleição no primeiro turno, tem que imaginar que o povo tenha um pouco de confiança em você.
Alexandre Kalil, prefeito de BH
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