Doria reconhece dificuldade para comércio, mas alerta: 'morto não consome'
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse reconhecer que as medidas de restrição para o combate ao coronavírus são duras para os comerciantes, mas fez um apelo para que as orientações sejam seguidas na intenção de controlar a pandemia.
Em entrevista à Rádio Band News FM, Doria ainda disse que "mortos não consomem", reforçando o seu entendimento que a perda de vidas na pandemia tem grande impacto na economia.
"Sei que é difícil, complexo, sei que é muito duro para um comerciante, dono de bar, dono de restaurante, de um pequeno comércio suportar isso. Mas quero lembrar que mortos não consomem, mortos não vão a bares, mortos não vão a restaurantes, mortos não compram pão e mortos não consomem sapatos. Temos que preservar vidas para depois recuperar a economia. Vamos fazer isso, isso vai acontecer", disse.
O estado de São Paulo iniciou nesta semana medidas mais restritivas para controlar a pandemia. A decisão gerou críticas de associações de setores atingidos como os de restaurantes e bares.
A capital paulista, por exemplo, está sob as regras da fase laranja do Plano SP de segunda a sexta-feira, mas durante o fim de semana e das 20h às 6h de todos os dias vigora a fase vermelha.
Para Doria, o controle da pandemia não depende apenas das medidas e orientações dos governantes, mas da consciência de cada pessoa.
"Enquanto não estiver a vacina disponível para todos os brasileiros, nós todos temos que ter a consciência, a paciência, resiliência que precisamos nos proteger. Não haverá polícia, não haverá fiscalização suficiente para garantir que aqueles que desobedecem a orientação para garantir a vida de cada um sejam punidos. Considero incompreensível uma pessoa querer morrer, facilitar as circunstâncias para morrer. Você tem de exaltar a vida, proteger a vida e compreender que isso vai passar", disse.
Neste sentido, Doria evitou dizer que existem outras possibilidades de restrições mais rígidas ao ser questionado diretamente sobre "quais cartas na manga' o governo teria para diminuir a circulação de pessoas.
"Governo tem na manga a vida. Cada pessoa é responsável pela sua própria vida. A responsabilidade por viver ou não em uma circunstância de pandemia é de cada pessoa, que entende que usar máscara protege a sua vida, de seus familiares e amigos, que o distanciamento social e a não participação de eventos protegem vidas".
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