Brasil tem a maior média de óbitos em 6 meses: 1.068
Nesta sexta-feira (29), o Brasil apresentou a maior média móvel de mortes por covid-19 em seis meses. Nos últimos sete dias, houve 1.068 óbitos em média provocados pela doença em todo o país.
O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde.
Esta marca não era tão alta desde 27 de julho, quando a média ficou em 1.069 mortes. Este é o nono dia consecutivo no qual o país tem média móvel de óbitos por covid-19 acima de mil.
A última vez na qual houve uma sequência tão longa foi entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste período, foi computado o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.
A variação na comparação com 14 dias atrás foi de 12%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos.
Das regiões, não há nenhuma em queda. Norte (74%), Centro-Oeste (31%) e Sul (18%) apresentaram aceleração. Nordeste (2%) e Sudeste (-2%) registraram estabilidade.
Dos estados, onze tiveram estabilidade. Dez e mais o Distrito Federal apresentaram aceleração e cinco tiveram queda.
Pelo quarto dia seguido, o Brasil registrou mais de mil novas mortes causadas pela covid-19. Pelos números do consórcio, foram computados 1.099 novos óbitos de ontem para hoje, elevando o total de mortes para 222.775 desde o início da pandemia.
Isso não indica quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.
Entre terça (26) e quinta (28), houve 1.206, 1.319 e 1.439 óbitos, respectivamente - este último, o terceiro maior número de toda a pandemia.
Nas últimas 24 horas, o Brasil apresentou 58.691 testes positivos para a covid-19, elevando para 9.119.477 o total de infectados desde o começo da pandemia.
O país superou hoje a marca de 1,8 milhão de vacinados contra a doença. No total, 1.874.078 pessoas já foram imunizadas até o momento, de acordo com dados fornecidos pelas secretarias de saúde de 25 estados e do Distrito Federal - apenas Rondônia não forneceu dados referentes à vacinação.
Especialistas indicam cálculo de média móvel
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (0%)
- Minas Gerais: estável (6%)
- Rio de Janeiro: estável (-8%)
- São Paulo: estável (-4%)
Região Norte
- Acre: aceleração (25%)
- Amazonas: aceleração (99%)
- Amapá: aceleração (30%)
- Pará: aceleração (41%)
- Rondônia: aceleração (44%)
- Roraima: aceleração (94%)
- Tocantins: queda (-21%)
Região Nordeste
- Alagoas: estável (9%)
- Bahia: estável (6%)
- Ceará: aceleração (99%)
- Maranhão: estável (-15%)
- Paraíba: estável (1%)
- Pernambuco: estável (-9%)
- Piauí: estável (-2%)
- Rio Grande do Norte: queda (-39%)
- Sergipe: queda (-27%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (20%)
- Goiás: aceleração (73%)
- Mato Grosso: aceleração (43%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-16%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (91%)
- Rio Grande do Sul: queda (-19%)
- Santa Catarina: estável (-7%)
Dados da Saúde
Pelo 4º dia consecutivo, o Brasil registrou mais de mil novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Em boletim divulgado nesta sexta-feira (29), a pasta informou que foram computados 1.119 novos óbitos de ontem para hoje no país, elevando o total de mortes para 222.666 desde o início da pandemia.
Entre terça (26) e quinta (28), de acordo com números do governo federal, foram cadastradas 1.214, 1.283 e 1.386 mortes, respectivamente - esta última, a segunda maior marca verificada em 2021, atrás apenas dos 1.524 óbitos registrados em 7 de janeiro.
De ontem para hoje, houve 59.826 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 9.118.513.
Segundo a pasta, 7.960.643 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 935.204 estão em acompanhamento.
Após pressão, Saúde comprará 54 milhões de doses da CoronaVac
O Ministério da Saúde confirmou hoje que comprará mais 54 milhões de doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). No anúncio, o órgão diz que a compra junto ao Butantan será feita na próxima semana que vem e ocorre após pedidos de vários governadores para uma definição sobre a aquisição, que ajudará na continuidade do plano nacional de vacinação contra a covid-19.
Até agora, a pasta chefiada pelo ministro Eduardo Pazuello tinha adquirido 46 milhões de doses do imunizante, responsáveis por darem início à vacinação no país. O acordo do governo federal com o Butantan previa a opção de aquisição de mais 54 milhões de doses, somando assim um total de 100 milhões de doses, mas o Ministério ainda não tinha confirmado a compra.
Horas antes do anúncio, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deu um ultimato ao Ministério da Saúde, cobrando uma definição até 5 de fevereiro. A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) também divulgou um comunicado solicitando que o governo federal definisse a compra dos 54 milhões de doses.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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