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Prefeitos pedem que Bolsonaro compre 54 milhões de doses da CoronaVac

18.jan.2021 - Profissionais de saúde do Hospital das Clínicas de SP são vacinados com a vacina CoronaVac no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo - Marcelo Justo/UOL
18.jan.2021 - Profissionais de saúde do Hospital das Clínicas de SP são vacinados com a vacina CoronaVac no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo Imagem: Marcelo Justo/UOL

Do UOL, em São Paulo

29/01/2021 13h46

Os prefeitos enviaram hoje um ofício para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedindo que o governo federal compre as 54 milhões de doses da CoronaVac com produção prevista pelo Instituto Butantan para os próximos meses, mas que ainda não têm acordo para aquisição. A CoronaVac é a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório Sinovac.

No ofício, assinado pelo presidente da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), Jonas Donizette, é solicitada a confirmação "urgente" da aquisição das vacinas. Segundo a FNP, "não é razoável que o país tenha disponibilidade de vacinas e as destine à exportação". O documento também foi encaminhado para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O pedido ocorre em meio à pressão do Instituto Butantan para que o Ministério da Saúde se manifeste sobre a possível compra desse lote adicional de CoronaVac. Por enquanto só há acordo para 46 milhões de doses. Mas existe a possibilidade, em contrato, de adquirir 54 milhões de doses adicionais.

Diante da situação, o diretor do instituto, Dimas Covas, disse que existia a possibilidade de exportar o lote de 54 milhões de doses previstas, o que gerou reação de governadores e aumentou a pressão no Ministério da Saúde. Em resposta, o número dois do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que poderia dispensar essas vacinas se fossem fechados acordos com outros laboratórios.

Na carta enviada hoje, Donizette ainda criticou a ação do governo e citou a possibilidade de compra direta da vacina pelos municípios e governos estaduais.

"É preciso deixar claro que a inércia da União está causando enormes problemas dentro do país e internacionalmente também. Por isso, prefeitas e prefeitos pedem resposta oficial e rápida sobre essa situação", escreveu ele. "Caso as doses não sejam de interesse nacional, que sejam liberadas para os Ente subnacionais comprarem diretamente".

O cenário de hoje é de um enorme déficit de vacinas. Não estamos nem perto de 10% de cidadãos vacinados com apenas a primeira dose"

Hoje, durante coletiva de imprensa, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez mais um ultimato ao Ministério da Saúde. O tucano afirmou que, se o governo federal não der uma resposta até o próximo dia 5 de fevereiro se vai comprar ou não 54 milhões de doses da CoronaVac, o Instituto Butantan negociará o imunizante diretamente com governadores e prefeitos brasileiros.