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Com 1.357 mortes registradas por covid, Brasil tem 8 estados em aceleração

15.01.2021 -- Profissional de saúde em hospital de Manaus; cidade enfrenta colapso do sistema de saúde - Yago Frota/Estadão Conteúdo
15.01.2021 -- Profissional de saúde em hospital de Manaus; cidade enfrenta colapso do sistema de saúde Imagem: Yago Frota/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/02/2021 18h51

O Brasil completou hoje 21 dias seguidos com mais de mil vítimas na média de mortes pelo coronavírus: 1.050 vítimas nos últimos sete dias. O país também registrou o quarto dia com maior número de mortes confirmadas pela covid-19 nas últimas 24 horas: 1.357 novos óbitos. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Na terça-feira (9), o país confirmou 1.340 novas mortes por covid-19 — até então, a quarta maior marca verificada em 2021, e que foi superada hoje. O pior registro do ano foi em 28 de janeiro, com 1.439 óbitos computados. Na sequência, aparecem 20 de janeiro (1.382) e 8 de janeiro (1.379). Isso não indica quando as mortes ocorreram de fato, mas sim a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.

Assim, o Brasil totaliza 234.945 óbitos causados pela covid-19 desde março de 2020, quando a pandemia teve início.

Apesar do alto número de mortes, o Brasil segue estabilizado na média móvel de óbitos, com -1% de variação em comparação aos últimos 14 dias.

Este já é o segundo período mais longo com média de mortes por covid-19 acima de mil em toda a pandemia no Brasil. A maior sequência ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Apenas a região Sul segue em queda (-27%), enquanto as demais estão estabilizadas: Centro-Oeste (3%), Nordeste (9%), Norte (7%) e Sudeste (1%).

Nos estados, oito apresentam aceleração nos óbitos, enquanto 11 e mais o Distrito Federal permanecem estáveis e outros sete têm queda.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: queda (-23%)

  • Minas Gerais: estável (13%)

  • Rio de Janeiro: queda (-20%)

  • São Paulo: estável (11%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (31%)

  • Amazonas: estável (-3%)

  • Amapá: queda (-28%)

  • Pará: aceleração (69%)

  • Rondônia: estável (15%)

  • Roraima: aceleração (87%)

  • Tocantins: aceleração (31%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (0%)

  • Bahia: aceleração (23%)

  • Ceará: queda (-25%)

  • Maranhão: aceleração (103%)

  • Paraíba: estável (-2%)

  • Pernambuco: aceleração (20%)

  • Piauí: estável (13%)

  • Rio Grande do Norte: estável (5%)

  • Sergipe: queda (-22%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (4%)

  • Goiás: aceleração (18%)

  • Mato Grosso: estável (1%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (-14%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-40%)

  • Rio Grande do Sul: estável (-8%)

  • Santa Catarina: queda (-20%)

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 1.330 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Este é o segundo dia com pelo menos 1,3 mil óbitos, segundo dados da pasta. Desde o início da pandemia, o país chegou a um total de 234.850 pessoas mortas em decorrência da doença.

Na terça-feira (9), foram cadastradas 1.350 novas mortes por covid-19 entre um dia e outro, a terceira maior marca do ano, segundo dados do ministério.

De ontem para hoje, houve 59.602 novos casos confirmados de covid-19 no Brasil, atingindo um total de 9.659.167 infectados desde o começo da pandemia.

De acordo com o governo federal, 8.596.130 pessoas se recuperaram da doença, com outras 828.187 em acompanhamento.

Transmissão no Brasil está sem controle, diz Imperial College

A transmissão da covid-19 no Brasil continua sem controle, com uma leve oscilação negativa, de acordo com um levantamento realizado pelo Imperial College de Londres. O levantamento é divulgado semanalmente e monitora o avanço da doença em diferentes países.

Os dados são da semana epidemiológica encerrada na última segunda-feira (8) e apontam que não há desaceleração do contágio. A universidade britânica aponta que o Rt brasileiro varia entre 0,91 até 1,05. Quando o Rt está acima de 1, é mostrado que cada infectado está contaminando mais de uma pessoa e indicam que o vírus está avançando sem controle.

Com isso, as projeções para o Brasil apontam que o país pode registrar 7.460 mortes de pacientes da covid-19 até a próxima semana, 92 a mais que o número estimado para um cenário mediano. Na pior das hipóteses, as mortes podem chegar até 7.960.

O único país que supera a projeção do Brasil é o México, com um total de 7.520 mortes previstas por covid-19. Apesar dos Estados Unidos estarem perto das 470 mil mortes geradas pelo vírus, os dados sobre o país não aparecem no estudo.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.