Lira pede agilidade com vacinas e cobra 'melhores práticas' da Anvisa
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu hoje maior agilidade na aprovação de vacinas no Brasil, cobrando "melhores práticas" da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Para Lira, não é necessário "enquadrar" a agência, como sugeriu o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), mas sim usar bons exemplos do exterior para tentar acelerar o processo.
"Não se trata de enquadrar a Anvisa. A ciência levava dez anos para fazer uma vacina. Sob risco de o mundo parar, ela ficou pronta em 11 meses. Para o Brasil não parar, a Anvisa precisa buscar melhores práticas, fazer intercâmbios com outras agências pelo mundo e acelerar. Tudo pelas vacinas", defendeu o deputado em uma rede social.
Na semana passada, Ricardo Barros fez duras críticas a Anvisa, dizendo que a agência não percebe a emergência da pandemia e precisa ser "enquadrada". Para ele, os problemas relacionados à vacinação no país não estão no Ministério da Saúde, e sim na Anvisa.
"Estou trabalhando. Eu opero com formação de maioria. O que eu apresentar para enquadrar a Anvisa, passa aqui na Câmara feito um rojão. Eu vou tomar providências", declarou o deputado em entrevista a O Estado de S. Paulo.
As críticas de Barros vieram quanto ele comentava sobre uma mudança anunciada no dia anterior pela Anvisa: agora, as vacinas não precisam ter estudos de fase 3 realizados no Brasil para serem aprovadas para uso emergencial. De acordo com o deputado, a agência só cedeu — mas com condições — porque foi pressionada por parlamentares.
"Eles tiraram a fase 3 e colocaram um monte de exigências. Eles não entenderam ainda. Estão fora da casinha, não sabem que estamos numa pandemia, que precisamos de coisas urgentes, que precisamos facilitar a vida das pessoas. É só exigência. Não é possível que tenha 11 vacinas aprovadas em agências no mundo inteiro e nós só temos duas", reclamou.
No mesmo dia, em entrevista à CNN Brasil, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, classificou as declarações de Barros como "infelizes" e disse que os servidores da agência ficaram "consternados" com as críticas.
"Ninguém nos arrancou de casa para fazer nosso trabalho, mas precisamos ter um mínimo de tranquilidade. Peço que, se é de conhecimento alguma ilegalidade, que façam logo o suposto enquadramento judicial, para que possamos nos defender. Mas não acrescenta nada isso", afirmou.
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