Lira diz que segunda onda era 'previsível', mas defende ações de Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a segunda onda da pandemia do novo coronavírus no Brasil "era previsível" e defendeu as posturas do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em relação ao enfrentamento do vírus. Para ele, tanto o Executivo como o Congresso Nacional tomaram inciativas para contenção das dificuldades econômicas e socais em consequência da covid-19.
"Estamos em uma segunda onda que teve pré-avisos de Manaus, sempre começa por lá, a primeira [onda] e em algumas capitais, e estivemos ai ao fim do ano com Réveillon, Carnaval, Natal, muitas pessoas viajando pelo Brasil e era previsível que essas coisas acontecessem", alegou.
Em defesa às medidas do governo para amenizar os estragos da pandemia, o deputado disse que "todos os tetos fiscais foram autorizadamente desrespeitados" para o repasse de "recursos capitaneados pelo governo federal". O depoimento foi feito durante debate do grupo de juristas Prerrogativas.
Questionado pela "falta de gestão" de Bolsonaro, Lira disse que "todos os setores, municípios e estados" receberam repasses do governo, ressaltando também a criação do auxílio emergencial. "Apenas uma pessoa não vai salvar o Brasil", disse.
Na oportunidade, ele foi contrário a instauração da CPI no Congresso que apura a má gerência do Executivo em relação a pandemia.
"Não adianta agora alguém fazer proselitismo político, barganha politica em cima de CPIs, não é o momento. Lá na frente nós vamos saber quem errou, quem acertou, quem fez de maneira correta", disse. "Temos que ter serenidade para ultrapassar esse segundo momento que vai vir junto das vacinas, eu não tenho dúvida disso, e a gente vai ter que ter serenidade nesse momento para focar nossas energias em um só caminho", defendeu.
A corrida pelas vacinas no Brasil
Em defesa às atitudes de Bolsonaro, Lira disse que "nem congressistas, deputados e senadores, nem o Executivo, temos a receita do vírus". Para se esquivar das pressões em cima do governo, o presidente disse que somente as vacinas poderão barrar o avanço da pandemia no país.
"Nós temos que prezar — o governo, deputados, senadores, governo Executivo, a sociedade civil organizada, são as vacinas", disse. Porém, ao citar as iniciativas do Congresso para aprovação de Medidas Provisórias em favor das vacinas, ele evitou comentar as oportunidades em que Bolsonaro desencorajou a imunização da Covid-19 no Brasil.
Lira ainda citou, durante debate, os recentes atritos entre a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Congresso para aprovação da MP que facilita a entrada da vacina russa Sputnik V no Brasil. No início do mês, a Anvisa ameaçou recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) por conta do texto que obriga a vacinação de imunizações sem aval da Agência.
"Infelizmente alguns fatos aconteceram que atrapalharam na semana retrasada, sem necessidade, sem motivação e atrapalhou a agenda, tomou tempo desnecessário", alfinetou.
Sobre a compra dos insumos por instituições bancárias, Lira disse que se reuniu com os empresários e "todos" se colocaram à disposição do governo. Ele contou ainda que se encontrou pessoalmente com Bolsonaro, que também concordou com a ação. Porém, ele teme que por conta das "burocracias do Brasil", escândalos de desvios de dinheiro semelhantes aos que ocorreram com os respiradores se repitam e, por isso, prefere tentar as vacinas por vias públicas, primeiramente.
No debate, ele disse que marcou reuniões com governadores a respeito das medidas de lockdown e novos encontros com a direção da Anvisa.
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