Serra recomenda lockdown de 14 dias e 'mudança radical' na vacinação
Ex-Ministro da Saúde, José Serra acredita que o Brasil deveria fazer um lockdown, restrição total de circulação, para combater a pandemia de covid-19. Ele também sugeriu uma "mudança radical" na vacinação para resolver o problema no Brasil.
"O Ministério da Saúde parece distante e perdido. Por isso mesmo não vejo outro caminho diferente de um lockdown total de 14 dias, ao menos, para que se avalie, a partir daí, os resultados", disse José Serra ao jornal O Globo.
O jornal ouviu outros ministros da saúde sobre a pandemia. José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Luiz Henrique Mandetta concordaram com Serra sobre a necessidade de algum fechamento temporário.
Eles também fizeram críticas contra o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Serra lamentou que ele siga as ordens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que sempre minimiza a gravidade do pandemia.
"Pazuello tem seguido o roteiro do presidente, que, já sabemos, não é o aceitável para o combate à pandemia", declarou Serra, apoiado por Mandetta: "tinha que ter uma fala do presidente, do ministro. Propaganda nacional, com mea culpa".
Alexandre Padilha acredita que o governo federal deveria fazer um comitê nacional da crise, mas Temporão acredita que essa ideia não avançaria. Mandetta alerta que um "comando informal paralelo" não teria instrumentos suficientes para fazer mudanças. Serra entende que isso só causaria resultado se houvesse uma mudança de prioridades.
"É uma ideia viável e ajudaria. Mas de nada adiantará se continuarmos tentando equilibrar saúde e economia. É prioridade absoluta para a saúde", pediu Serra.
Questionados se é possível acelerar a vacina contra covid-19 no Brasil, os ex-ministros disseram que sim e apresentaram sugestões.
"Precisaríamos de mudança radical na posição do governo federal, que deve buscar comprar vacinas sem criar entraves burocráticos! Só a vacina nos tirará desse caos. Já são mais de 250 mil brasileiros mortos. O governo não pode continuar indiferente", protestou Serra.
Padilha apontou que deveria haver uma negociação para comprar as vacinas Pfizer, Janssen e Sputnik 5, além de ampliar a cota na Covax, consórcio da OMS (Organização Mundial de Saúde). O Brasil tem a menor cota possível desse projeto, de 10%.
Mandetta não vê muitas possibilidades de mudança e fez uma comparação curiosa para apontar quando a vacinação vai entrar em um ritmo adequado. "Só em agosto vamos ter uma boa quantidade de vacina O vírus está de Ferrari, e nós de carroça. Em junho teremos um Fusca".
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