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Secretário de São Paulo diz que março será difícil e critica Bolsonaro

Secretário de São Paulo diz que março será difícil e critica Bolsonaro - Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo
Secretário de São Paulo diz que março será difícil e critica Bolsonaro Imagem: Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

26/02/2021 22h52

O secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que o mês de março será extremamente difícil em decorrência do avanço rápido do número de casos e internações causadas pela covid-19 no país. Aparecido também criticou Jair Bolsonaro (sem partido) que hoje voltou a desaprovar as medidas restritivas que estados vêm adotando para tentar conter o avanço do coronavírus.

"Nós teremos um próximo mês de março muito difícil, mesmo para cidades como a nossa que tem uma estrutura hospitalar capaz de atender as pessoas, mas com uma evolução tão rápida, como nós estamos vendo no numero de casos, internações e, futuramente, de óbitos, nós teremos um mês de março muito difícil no país", afirmou o secretário de São Paulo em entrevista à CNN Brasil na noite de hoje.

Aparecido criticou Bolsonaro por fala em evento no Ceará hoje. Nesta tarde, em visita a uma obra de infraestrutura no estado, o presidente defendeu que o país volte à normalidade, um dia depois de o país quebrar recorde de mortes no Brasil no ano. Bolsonaro afirmou que as medidas de restrição adotadas pelos governadores "vão na contramão" o que o povo quer.

"Aos políticos que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. Tenho um prazer muito grande de estar no meio de vocês. Dizer a esses políticos do Executivo, o que eu mais ouvi por aqui é: 'presidente, eu quero trabalhar'. O povo não consegue ficar mais dentro de casa", disse Bolsonaro, em evento do governo sobre obras rodoviárias realizado em Tianguá, no Ceará.

Para o secretário, o presidente "encoraja a população a enfrentar" o vírus.

"É lastimável. Talvez o presidente da República do nosso país seja o último líder a ainda encorajar a população a enfrentar um vírus que é desconhecido, que mata sobretudo a população nossa idosa e que já causou muitos danos as famílias brasileiras e vai causar muito mais", concluiu Edson Aparecido.

Restrições nos estados

Nesta semana, diversos estados e o Distrito Federal anunciaram medidas mais restritivas de lockdown e toques de recolher para tentar frear o avanço da covid-19.

Na região Nordeste, a Bahia determinou o fechamento de todas as atividades não relacionadas à saúde pública, alimentação e segurança neste final de semana. O governo da Paraíba, por sua vez, emitiu toque de recolher das 22h às 5h nos municípios com bandeiras vermelha e laranja entre 24 de fevereiro e 10 de março. Já o Piauí restringiu o funcionamento do comércio e decretou toque de recolher entre 23h e 5h até 4 de março.

O Ceará informou na quinta-feira que possui 170 municípios com risco alto ou altíssimo, que receberam orientações do governo estadual para impor medidas restritivas, enquanto o Rio Grande do Norte restringiu o funcionamento de bares e restaurantes.

No Rio Grande do Sul, o governo colocou o estado inteiro na bandeira preta, com risco altíssimo de contaminação em todo o território gaúcho. O Paraná decidiu manter os serviços não essenciais fechados até 8 de março, além de impor um toque de recolher das 20h às 5h.

O Distrito Federal —praticamente sem leitos e com um aumento no número de casos e internações— publicou decreto de lockdown, que fecha a partir de domingo, por exemplo, escolas públicas e privadas, parques e academias. Serviços de alimentação, supermercados e outras atividades consideradas essenciais, no entanto, vão continuar abertas.

Em São Paulo, o toque de restrição começou hoje às 23h, e os comércios e serviços não essenciais só podem funcionar até às 22h em todo o estado paulista.

(Com Agência Estado)