Solidariedade de governantes poderia ter evitado mortes, diz Carmén Lúcia
A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmén Lúcia criticou hoje, em live da ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional) sobre igualdade, a postura de governantes e da sociedade durante a pandemia do novo coronavírus, afirmando que "faltou solidariedade".
"Nesses tempos de pandemia, nós estamos vendo como que a falta de solidariedade levou o Brasil, talvez — ou ajudou o Brasil —, a chegar a esses tristíssimos números de mortos e contaminados que estamos vendo", afirmou Carmén Lúcia.
Estamos todos de luto numa sociedade em que a morte, em grande parte, poderia ter sido evitada, os cuidados deveriam ter sido muito maiores, exatamente por falta de solidariedade das pessoas entre si, dos governantes, daqueles que negaram o ser humano na sua dimensão maior, que é o de responder pelo outro, de ser responsável pelo outro" Carmén Lúcia, ministra do STF
Durante a live, a ministra do STF ainda protestou contra a desigualdade brasileira, afirmando que a pandemia "mostrou bem — ou mostrou mal — que nós estamos em uma sociedade" em que as pessoas são acometidas de "maneira extremamente perversa" por este problema.
"Eu escutei com muita frequência que estamos no mesmo barco dessa vez (durante a pandemia), e eu sempre corrigia quem me dizia: 'não, estamos na mesma tempestade. No mesmo barco, não'", relatou.
"Há aqueles que podem ficar em casa, como devem, e manter o distanciamento social, que é necessário, posicionar-se de tal maneira que possa se cuidar, dispor de uma alimentação melhor, de um tratamento melhor, e há aqueles que não tem essas mesmas condições", continuou.
A fala da ministra vem enquanto governadores articulam um pacto nacional para conter o avanço da pandemia no Brasil, já que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se posicionado contra ações coordenadas por Brasília.
À Reuters, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que o Fórum Nacional dos Governadores trabalha para que o Congresso esteja junto dos governantes estaduais na coordenação do pacto, além das prefeituras.
Ainda à Reuters, Dino defendeu a participação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nas discussões, afirmando ser "imprescindível". "O governo federal não pode continuar a se omitir", continuou.
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