Mulher que perdeu mãe com covid luta por vaga de UTI para pai na Grande SP

Dinéia Martins Firmino, 74, foi uma das 11 vítimas do colapso do sistema de saúde em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

Ela morreu no sábado, de covid-19, na UPA Akira Tada, à espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que nunca apareceu.

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A filha dela, Sueli, agora luta por uma transferência para o pai, José, 76, internado na mesma unidade.

"A dor é muito grande de saber que eu já perdi minha mãezinha e meu pai está aí", afirmou Sueli, 53, em entrevista ao UOL.

Ela tem ainda um irmão, Samuel, 49, internado na mesma UPA com covid-19. A unidade é a única de Taboão da Serra que está recebendo pacientes com sintomas do novo coronavírus.

No último final de semana, o sistema de transferências de UTI, chamado Cross, entrou em colapso. Onze pacientes morreram.

Precisamos de UTI, pelo amor de Deus. Alguma autoridade tem que nos ajudar.
Sueli Firmino, filha de vítima da covid-19

Ela também teve a doença, mas se recuperou em casa.

"Meu pai está aqui desde quinta-feira esperando um leito de UTI. Prometeram uma transferência para Guarulhos e agora estamos aguardando esse procedimento para transferi-lo. Eu e minha filha estamos lutando por uma vaga para ele", diz Sueli.

Minha mãe morreu com 74 anos, uma guerreira, o amor da minha vida. Ela chegou aqui com caso já muito elevado, precisando de UTI urgente. Chegou na quarta. No sábado recebi a notícia do falecimento dela.
Sueli Firmino, filha de vítima da covid-19

A mãe dela, diabética, teve duas paradas cardíacas e não resistiu. "Se tivesse UTI, eu acredito que teria salvado minha mãe", diz.

"É um desespero. Quero a recuperação não só da minha família, mas de todos que estão aqui sofrendo."