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2.349 mortos por covid em 24 h: Brasil supera 2.000 óbitos pela 1ª vez

Juliana Arreguy e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

10/03/2021 18h38Atualizada em 20/07/2022 21h40

O Brasil atingiu hoje mais um recorde macabro na pandemia. Pela primeira vez foram registradas mais de 2.000 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Ao todo, foram contabilizados 2.349 óbitos, média diária de 1.645 mortes — mais uma marca negativa para o país.

O país soma 270.917 vítimas pela doença, com 11.205.972 infectados — 80.955 novos diagnósticos foram reportados desde ontem. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Os números de hoje não incluem os dados de óbitos do Distrito Federal, que não foram atualizados até a conclusão da contagem, às 20h. Por outro lado, o boletim inclui dados de ontem de Goiás, já que a última apuração havia fechado sem as atualizações do estado.

Este é o 12º dia consecutivo de recorde na média de mortes, com o país apresentando tendência de aceleração de 43% nas taxas. O país também chega ao 49º dia em que a média diária fica acima de mil — o período mais longo em toda a pandemia. Também é o 9º dia seguido com mais de mil óbitos em 24 horas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta o Brasil como o novo epicentro da covid-19. Outras nações também consideram o país uma ameaça global diante da escalada de notificações pela doença.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, referência mundial em estudos sobre a covid-19, o Brasil é o segundo país com o maior número de mortes causadas pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos (528.603 óbitos).

O Brasil em números

O cinco dias com maior número de vítimas em toda a pandemia ocorreram em março e no intervalo de uma semana (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 10 de março - 2.349
  • 9 de março - 1.954
  • 3 de março - 1.840
  • 4 de março - 1.786
  • 5 de março - 1.760

Oito estados computaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nesses estados chega a 1.765:

  • São Paulo - 469
  • Goiás - 267
  • Rio Grande do Sul - 250
  • Paraná - 243
  • Minas Gerais - 219
  • Bahia - 111
  • Santa Catarina - 107
  • Ceará - 105

Recorde atrás de recorde

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 2.349 (10/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.645 (10/3)
  • Maior período com média acima de mil: 49 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 10.183 (de 28/2 a 6/3)

As 15 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos 15 dias. As 10 mais elevadas são as seguintes:

  • 10 de março -1.645
  • 9 de março - 1.572
  • 8 de março - 1.540
  • 7 de março - 1.497
  • 6 de março - 1.455
  • 5 de março - 1.423
  • 4 de março - 1.361
  • 3 de março - 1.332
  • 2 de março - 1.274
  • 1º de março - 1.223

Vinte e dois estados e o Distrito Federal apresentam tendência de alta, enquanto apenas dois têm queda. Outros dois mantêm índices estáveis.

Das regiões, apenas o Norte e o Sudeste se mantêm estáveis (ambos com 8%). Todas as demais apresentam tendência de aceleração: Centro-Oeste (79%), Nordeste (65%) e Sul (124%).

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (31%)

  • Minas Gerais: estável (7%)

  • Rio de Janeiro: queda (-40%)

  • São Paulo: aceleração (34%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (65%)

  • Amazonas: queda (-32%)

  • Amapá: aceleração (40%)

  • Pará: aceleração (16%)

  • Rondônia: aceleração (65%)

  • Roraima: estável (9%)

  • Tocantins: aceleração (62%)

Região Nordeste

  • Alagoas: acelerado (48%)

  • Bahia: aceleração (43%)

  • Ceará: aceleração (102%)

  • Maranhão: aceleração (155%)

  • Paraíba: aceleração (65%)

  • Pernambuco: aceleração (20%)

  • Piauí: aceleração (92%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (33%)

  • Sergipe: aceleração (59%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (36%)

  • Goiás: aceleração (119%)

  • Mato Grosso: aceleração (54%)

  • Mato Grosso do Sul: acelerado (52%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (125%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (132%)

  • Santa Catarina: aceleração (105%)

Dados da Saúde

Em boletim divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Ministério da Saúde, foram computados 2.286 novos óbitos causados pela covid-19 de ontem para hoje.

O recorde anterior havia sido verificado ontem, com 1.972 vítimas. Desde março de 2020, o total de óbitos causados pela doença chegou a 270.656 em todo o país, pelos dados do Ministério da Saúde.

De acordo com o Ministério, houve 79.876 casos confirmados da doença de ontem para hoje, elevando o total de infectados para 11.202.305 desde o começo da pandemia.

Segundo o governo federal, 9.913.739 pessoas se recuperaram da doença até o momento no Brasil, com outras 1.017.910 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.