2.349 mortos por covid em 24 h: Brasil supera 2.000 óbitos pela 1ª vez
O Brasil atingiu hoje mais um recorde macabro na pandemia. Pela primeira vez foram registradas mais de 2.000 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Ao todo, foram contabilizados 2.349 óbitos, média diária de 1.645 mortes — mais uma marca negativa para o país.
O país soma 270.917 vítimas pela doença, com 11.205.972 infectados — 80.955 novos diagnósticos foram reportados desde ontem. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Os números de hoje não incluem os dados de óbitos do Distrito Federal, que não foram atualizados até a conclusão da contagem, às 20h. Por outro lado, o boletim inclui dados de ontem de Goiás, já que a última apuração havia fechado sem as atualizações do estado.
Este é o 12º dia consecutivo de recorde na média de mortes, com o país apresentando tendência de aceleração de 43% nas taxas. O país também chega ao 49º dia em que a média diária fica acima de mil — o período mais longo em toda a pandemia. Também é o 9º dia seguido com mais de mil óbitos em 24 horas.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta o Brasil como o novo epicentro da covid-19. Outras nações também consideram o país uma ameaça global diante da escalada de notificações pela doença.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, referência mundial em estudos sobre a covid-19, o Brasil é o segundo país com o maior número de mortes causadas pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos (528.603 óbitos).
O Brasil em números
O cinco dias com maior número de vítimas em toda a pandemia ocorreram em março e no intervalo de uma semana (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 10 de março - 2.349
- 9 de março - 1.954
- 3 de março - 1.840
- 4 de março - 1.786
- 5 de março - 1.760
Oito estados computaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nesses estados chega a 1.765:
- São Paulo - 469
- Goiás - 267
- Rio Grande do Sul - 250
- Paraná - 243
- Minas Gerais - 219
- Bahia - 111
- Santa Catarina - 107
- Ceará - 105
Recorde atrás de recorde
Na primeira onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
- Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
- Maior período com média acima de mil: 31 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 2.349 (10/3)
- Maior média móvel de óbitos: 1.645 (10/3)
- Maior período com média acima de mil: 49 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 10.183 (de 28/2 a 6/3)
As 15 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos 15 dias. As 10 mais elevadas são as seguintes:
- 10 de março -1.645
- 9 de março - 1.572
- 8 de março - 1.540
- 7 de março - 1.497
- 6 de março - 1.455
- 5 de março - 1.423
- 4 de março - 1.361
- 3 de março - 1.332
- 2 de março - 1.274
- 1º de março - 1.223
Vinte e dois estados e o Distrito Federal apresentam tendência de alta, enquanto apenas dois têm queda. Outros dois mantêm índices estáveis.
Das regiões, apenas o Norte e o Sudeste se mantêm estáveis (ambos com 8%). Todas as demais apresentam tendência de aceleração: Centro-Oeste (79%), Nordeste (65%) e Sul (124%).
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (31%)
- Minas Gerais: estável (7%)
- Rio de Janeiro: queda (-40%)
- São Paulo: aceleração (34%)
Região Norte
- Acre: aceleração (65%)
- Amazonas: queda (-32%)
- Amapá: aceleração (40%)
- Pará: aceleração (16%)
- Rondônia: aceleração (65%)
- Roraima: estável (9%)
- Tocantins: aceleração (62%)
Região Nordeste
- Alagoas: acelerado (48%)
- Bahia: aceleração (43%)
- Ceará: aceleração (102%)
- Maranhão: aceleração (155%)
- Paraíba: aceleração (65%)
- Pernambuco: aceleração (20%)
- Piauí: aceleração (92%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (33%)
- Sergipe: aceleração (59%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (36%)
- Goiás: aceleração (119%)
- Mato Grosso: aceleração (54%)
- Mato Grosso do Sul: acelerado (52%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (125%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (132%)
- Santa Catarina: aceleração (105%)
Dados da Saúde
Em boletim divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Ministério da Saúde, foram computados 2.286 novos óbitos causados pela covid-19 de ontem para hoje.
O recorde anterior havia sido verificado ontem, com 1.972 vítimas. Desde março de 2020, o total de óbitos causados pela doença chegou a 270.656 em todo o país, pelos dados do Ministério da Saúde.
De acordo com o Ministério, houve 79.876 casos confirmados da doença de ontem para hoje, elevando o total de infectados para 11.202.305 desde o começo da pandemia.
Segundo o governo federal, 9.913.739 pessoas se recuperaram da doença até o momento no Brasil, com outras 1.017.910 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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