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Conass teme por falta de oxigênio e kit intubação e cobra resposta da Saúde

Carlos Eduardo Lula diz que Ministério da Saúde precisa agir para evitar desabastecimento de oxigênio e kit intubação   - Karlos Geromy/Governo do Maranhão
Carlos Eduardo Lula diz que Ministério da Saúde precisa agir para evitar desabastecimento de oxigênio e kit intubação Imagem: Karlos Geromy/Governo do Maranhão

Do UOL, em São Paulo

22/03/2021 13h14Atualizada em 22/03/2021 15h19

O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Carlos Lula, disse hoje, em entrevista à CNN Brasil, que teme pela falta de oxigênio e kit intubação com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

De acordo com Lula, é preciso planejamento do Ministério da Saúde para minimizar o risco de desabastecimento de itens básicos para o atendimento de pacientes com covid-19, principalmente em cidades afastadas dos grandes centros urbanos.

"Os pacientes com covid-19 dependem de um grande fluxo de oxigênio e está faltando equipamentos sim. Nas cidades do interior é ainda mais difícil, pois são abastecidas apenas por cilindros e a quantidade de cilindros não aguenta. Já nas cidades grandes há capacidade de fornecer melhores equipamentos", disse Lula.

Especificamente sobre o kit intubação, composto por medicamentos que auxiliam no procedimento em pacientes graves da doença, o presidente do Conass disse que a estimativa é de que haja atualmente estoque para mais cinco dias.

"Sobre o kit intubação, nós tivemos reunião na sexta -feira (19) à noite com o Ministério da Saúde e vimos que temos kits para os próximos cinco dias apenas. Pode vir a faltar equipamento sim se não tomar providência de comprar em breve", disse.

Diante da situação, Lula pediu uma reunião de urgência com o Ministério de Saúde. "Esperamos ter essa reunião ainda essa semana para decidir a situação, porque sabemos que é grave. Era para ter acontecido ontem. Nós ficamos esperando, na expectativa da reunião acontecer, mas não aconteceu, espero que seja ainda nessa semana", disse.

O UOL entrou em contato com o Ministério da Saúde para um posicionamento em relação às cobranças de Carlos Lula, mas ainda não obteve uma resposta.

Ontem, o Brasil registrou a maior média de óbitos por covid-19 desde o início da pandemia pelo 23º dia consecutivo. Considerando os últimos sete dias, morreram, em média, 2.255 pessoas por dia em decorrência da doença, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

Reunião cancelada

Em nota, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esclareceu que a reunião de ontem não aconteceu por uma falha no preenchimento dos e-mails no sistema de reuniões online. A reunião envolveria a Anvisa, os ministérios da Saúde e Economia, além de membros da Sindusfarma, Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e Conass.

Segundo a Anvisa, os convites para a reunião virtual foram enviados aos participantes externos pela própria agência, mas um erro no envio da mensagem para o diretor do Sindusfarma, Nelson Mussolini, interrompeu o fluxo de convites —Mussolini seria o responsável por distribuir o e-mail para empresas fabricantes.

"No sábado, às 17:44hs, por meio de ligação telefônica entre o diretor Rômison (Quarta Diretoria da Anvisa) e o Sr Mussolini, verificou-se que este último não havia recebido o convite para reunião e que, pelo adiantado da hora, não seria mais possível convidar os representantes das empresas para a reunião que ocorreria no domingo às 11h", afirmou a Anvisa.

Com a falha, a reunião foi remarcada para a próxima terça-feira, dia 23. A Anvisa também reforçou que entre hoje e amanhã acontecem discussões individuais entre o secretário Franco Duarte e representantes das maiores fabricantes dos medicamentos para intubação orotraqueal.