Anvisa se reúne com governadores para tentar acelerar aval para a Sputnik V
A diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizará uma reunião amanhã com governadores de pelo menos nove estados para tratar do pedido de uso emergencial da vacina contra a covid-19 Sputnik V e da sua importação pelas federações. O encontro foi confirmado ao UOL pela assessoria do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que também é presidente do Consórcio Nordeste, e pela própria Anvisa.
A reunião será virtual e está marcada para as 15h30. Além de governadores dos estados nordestinos que compõem o Consórcio, também devem estar presentes o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e do Acre, Gladson Cameli (PP).
O Consórcio do Nordeste vem liderando as tratativas com o Fundo Soberano Russo para a aquisição do imunizante, mas outros estados também têm usado o canal de articulação aberto para negociar a compra de doses. Apesar da aquisição pelos estados, a ideia inicial é que as vacinas sejam incorporadas ao PNI (Programa Nacional de Imunização) e distribuídas pelo Ministério da Saúde.
Com pelo menos 37 milhões de doses da Sputnik V garantidas pelo Consórcio desde meados de março, o problema tem sido o pedido de uso emergencial feito pelo laboratório União Química, que ficará a cargo da produção nacional do imunizante.
Mesmo sendo possível a produção nacional da vacina, as doses do imunizante russo adquiridas pelos estados serão importadas, e para isso os governadores de nove estados protocolaram um pedido de importação junto à Anvisa na semana passada. Agora, a ideia é tentar acelerar o aval para concretizar o processo e poder aplicar as doses importadas.
A agência federal vem encontrando dificuldades para obter toda a documentação necessária da União Química. O primeiro pedido de uso emergencial do laboratório, feito em janeiro, chegou a ser recusado pela Anvisa porque não tinha "requisitos mínimos para submissão e análise" segundo a agência.
A União Química fez um novo pedido à Anvisa há pouco mais de duas semanas, que foi recebido pela agência no dia 26 de março. No dia seguinte, porém, a Anvisa já suspendeu o prazo de sete dias que tem para a análise do imunizante porque faltavam dados a serem informados pelo laboratório brasileiro.
De acordo com dados atualizados pela Anvisa às 18h19 no painel que mostra a análise das vacinas contra a covid-19, a Sputnik V segue com 24,95% da sua documentação pendente de complementação. Outros 18,67% ainda não foram apresentados, e 55,83% estão em análise pela agência.
Até agora, três vacinas já obtiveram o aval para uso emergencial no Brasil, que prevê a aplicação em grupos prioritários. Além do imunizante da Janssen, aprovado na semana passada, a CoronaVac, do Instituto Butantan, e a vacina da AstraZeneca/Oxford tiveram o aval ainda em janeiro. O uso definitivo foi concedido apenas à vacina da Pfizer/BioNTech e à de Oxford, na sua versão produzida no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
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