'Não é o fim da tragédia', diz infectologista sobre marca de 400 mil mortes
O infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), afirmou que a marca de 400 mil vidas perdidas pela covid-19 é dramática, mas não é o fim da tragédia.
"O número de doentes e mortos continuará a subir. Não temos vacinas suficientes. Não temos cobertura vacinal e teremos ainda mais liberação das atividades econômicas. Isso vai aumentar a transmissão", afirmou Croda em entrevista ao jornal O Globo.
O Brasil superou hoje mais de 400 mil mortes por covid-19, apenas 19 dias depois de o país contar 350 mil vítimas da doença.
Para Croda, caso o ritmo da vacinação não acelere, é provável que o país tenha uma nova explosão de casos no fim de junho, atingindo a marca de 500 mil mortos.
O infectologista diz ainda que, por conta das novas variantes do coronavírus, a única forma de atingir a imunidade coletiva é pela vacina. "Não existe imunidade coletiva natural para o coronavírus porque o vírus muda. A tragédia de Manaus provou isso claramente. Manaus mostrou e pode mostrar no futuro o que irá acontecer no Brasil", afirma.
Nesta quarta-feira (28), o Brasil atingiu 30,7 milhões de vacinados com a primeira dose contra a covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. A marca representa 14,52% da população nacional. No total, 14,6 milhões de pessoas receberam as duas doses do imunizante no país - 6,9% da população.
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