Primeiro lote de vacinas da Pfizer chega ao Brasil
O primeiro lote com um milhão de doses da vacina da Pfizer já está no Brasil. O avião que trouxe o imunizante pousou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 19h28 de hoje.
A remessa faz parte do acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica em março. Ao todo serão 100 milhões de doses até o final do terceiro trimestre deste ano. Essas primeiras doses foram produzidas na fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica.
Na opinião do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a chegada do imunizante "materializa" o dever do Estado em assegurar saúde à população.
Saúde é um direito de todos e dever do Estado. E esse dever se materializou hoje através de um ampla campanha da vacinação da nossa sociedade. Essa campanha começou em janeiro e já vem muito bem, tanto que o Brasil já é o 5º país que mais distribuiu doses em todo mundo.
Marcelo Queiroga
Apesar de verdadeira, a declaração do ministro só leva em conta a vacinação em termos absolutos, ignorando o tamanho da população brasileira. Sob essa essa ótica, o Brasil ocupa a 58ª posição em número de doses aplicadas.
Sem citar nominalmente a vacina russa Sputnik V, cujo pedido de importação foi negado pela Anvisa na segunda-feira (26), Queiroga disse que a parceria com a Pfizer, que realizou testes no Brasil, é a "demonstração cabal" do governo federal com a ciência.
O governo federal tem o compromisso firme de levar imunizantes que sejam seguros, eficazes, efetivos e aprovados pelas nossas autoridades sanitárias. É assim que vamos angariar a confiança da sociedade brasileira [...] Isso é a demonstração cabal do governo federal com a ciência, com o desenvolvimento de pesquisa de qualidade.
'Nós vacinamos nossa população com eficiência, sem precedência'
Durante o pronunciamento, Queiroga também anunciou que nos próximos seis dias o governo federal vai distribuir 16,8 milhões de doses de vacinas. Segundo ele, a campanha de vacinação brasileira é eficiente e sem precedentes.
Não há como negar. Negacionismo é querer negar o óbvio. Nós vacinamos nossa população com eficiência, sem precedência. 'Reconheceres a verdade e a verdade vos libertará'. Vamos deixar de fazer calor e trazer a luz da esperança para o povo brasileiro. Brasil acima de tudo e Deus acima de todos, bradou.
Presidente regional da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, disse que "vacinar é um ato de amor" e que o dia de hoje ficará marcado para sempre na história da empresa e dos brasileiros.
"O dia 29 de abril de 2021 acaba de se tornar uma data histórica para Pfizer e para os brasileiros. Com a chegada das primeiras vacinas contra covid-19 damos um passo decisivo para apoiar o governo brasileiro na luta contra essa pandemia [...] Vacinar é um ato de amor. Durante séculos as vacinas salvaram milhões de vidas e mudaram o curso da história. Temos certeza que isso acontecerá novamente."
Distribuição e aplicação das doses
Inicialmente, a remessa será distribuída amanhã para as 26 capitais e o Distrito Federal. A decisão, segundo o governo federal, leva em conta as baixas temperaturas de refrigeração das doses, que chegarão ao Brasil armazenadas em caixas a uma temperatura de -70°C.
Ainda de acordo com a pasta, os estados vão receber as vacinas armazenadas entre -25°C e -15°C. O produto pode ficar exposto a essa temperatura por até 14 dias. Em razão dessa especificidade, a divisão desse lote será feita em duas etapas: primeiro, serão enviados 500 mil imunizantes relativos a primeira proteção. Uma semana depois, os estados recebem a outras 500 mil doses, respeitando o intervalo entre uma aplicação e outra.
Assim que os imunizantes chegarem nas salas de vacinação, na rede de frio nacional (+2°C a +8°C), a aplicação na população deve ocorrer em até cinco dias, frisa o Ministério da Saúde.
A vacina da Pfizer possui registro para uso definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.
Apoio internacional na chegada de mais imunizantes
Ontem, Queiroga anunciou a antecipação da entrega de 2 milhões de doses de vacinas contra covid pelo consórcio Covax Facility, que é capitaneado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A expectativa é que o Brasil receba quatro milhões de doses do imunizante da AstraZeneca/Oxford ainda em maio.
O país possui 42,5 milhões de doses de vacinas acordadas com o consórcio global. Em um primeiro momento, foram destinadas 9,1 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, fabricadas na Coreia do Sul - dessas, pouco mais de um milhão chegaram ao Brasil em março. Outras quatro milhões de doses do mesmo imunizante estão previstas para o terceiro trimestre deste ano. Além disso, já estão destinadas outras 842 mil doses da vacina da Pfizer que devem chegar até junho, também via Covax.
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