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Processada pela UE, AstraZeneca diz estar fazendo o melhor possível

AstraZeneca vem sendo alvo de críticas pelo atraso na entrega de vacinas - Reuters
AstraZeneca vem sendo alvo de críticas pelo atraso na entrega de vacinas Imagem: Reuters

Colaboração para o UOL

30/04/2021 13h31Atualizada em 30/04/2021 13h51

O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, saiu em defesa da farmacêutica, alegando que eles devem ficar orgulhosos do que têm feito pelo mundo com o trabalho de desenvolvimento, venda e entrega de vacinas contra a covid-19, e está fazendo "o melhor" para aumentar a produção e dar conta de toda a demanda por imunizantes.

Atualmente a empresa está enfrentando um processo movido pela União Europeia, que aponta falhas nas entregas de vacinas, além de atrasos nos embarques de imunizantes destinados a países mais pobres. Das 120 milhões de doses acordadas para entrega à União Europeia somente cerca de um quarto dos envios foi cumprido no primeiro trimestre do ano, devido a problemas em uma fábrica na Bélgica.

Soriot alega que a empresa está "totalmente comprometida em aumentar o fornecimento para a Europa" e promete entregar quase 50 milhões de doses aos países europeus até o final de abril, como foi prometido. Além disso, o dirigente acrescenta que a AstraZeneca caminha para produzir 200 milhões de doses prontas para distribuição dentro de um mês, a partir de maio.

Entre janeiro e março de 2021, a empresa gerou US$ 275 milhões (cerca de R$ 1,47 bilhão) de receita com a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra. Apesar dos números, a AstraZeneca prometeu disponibilizar seus imunizantes sem fins lucrativos durante a pandemia.

Foram enviadas 48 milhões de doses da vacina AstraZeneca para 120 países por meio do consórcio internacional Covax-Facility iniciativa comandada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que trabalha para a aquisição e posterior distribuição de vacinas contra covid-19 para os países mais pobres do planeta. Desse total, 80% foram para países de média ou baixa renda. Em 2021, considerando outros imunizantes, o consórcio trabalha para distribuir 2 bilhões de doses para 190 países até o final de 2021.

"Nós não nos arrependemos de nada, não somos perfeitos mas fizemos o melhor, devemos ficar orgulhosos do que fizemos no mundo", disse Soriot, acrescentando, contudo, que isso dependia de quanto as culturas de células em suas fábricas conseguiriam produzir. "Não podemos dizer às células dos biorreatores para produzirem mais. O ciclo para fazer a vacina é muito longo, então essa é a limitação. "

O CEO da AstraZeneca também questiona como estaria a situação da Índia, país que enfrenta uma segunda onda fortíssima e cremações coletivas de corpos, onde a vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford é o principal imunizante.

A empresa vem sendo questionada porque o número de doses entregues por meio do Covax-Facility vem sendo muito mais baixo do que o esperado. A AstraZeneca alega que a situação é decorrência de proibições de exportação, estoques e escassez de suprimentos, como foi o caso do governo indiano, por exemplo, que restringiu a exportação (venda para outros países) do seu maior fabricante de vacinas, o Serum Institute, que produz o imunizante da AstraZeneca.

Em relação a isso, o Soriot diz entender a postura indiana de priorizar sua própria população. "Esta pandemia na Índia realmente explodiu e é algo que pegou muitos de surpresa. Ainda não está claro quando será possível exportar novamente [da Índia]".