Rússia anuncia primeiro lote de vacina contra Covid-19 para animais
A Rússia anunciou a produção do primeiro lote de vacinas contra a covid-19 para animais. Chamada de Carnivac-Cov, o imunizante foi registrado em março pelo Serviço Federal de Veterinária (Rosselkhoznadzor, em russo).
Em comunicado divulgado hoje, o serviço informou que as 17 mil primeiras doses serão distribuídas para várias regiões do país. Além disso, empresas da Alemanha, Grécia, Polônia, Áustria, Cazaquistão, Tajiquistão, Malásia, Tailândia, Coréia do Sul, Líbano, Irã e Argentina estariam interessadas em compras as doses.
São "20 organizações prontas para negociar o registro e o fornecimento da vacina para seus países", diz o informe divulgado pelo serviço. "O arquivo para registro no exterior, em particular na União Europeia, está em preparação e será prontamente usado para o processo de registro", diz o texto.
Testes mostraram que o imunizante gerou anticorpos contra a doença em 100% dos cães, gatos, raposas e visons que participaram do ensaio clínico. Vale destacar que a vacina é válida apenas para animais carnívoros.
A vacina foi desenvolvida por uma filial da Rosselkhoznadzor, o Centro Federal de Saúde Animal. No último dia 20, a vacina foi apresentada no 10º Congresso Veterinário Internacional, organizado pelo Ministério da Agricultura da Federação Russa e pela Associação Veterinária da Rússia.
De acordo com a Rosselkhoznadzor, o desenvolvimento desta vacina foi "particularmente importante", já que várias espécies animais são sensíveis à covid-19. Na Rússia, segundo a agência, dois casos de infecção em gatos foram registrados até agora, em Moscou e em Tyumen, na Sibéria.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) ainda precisa de mais estudos para classificar a situação dos animais frente à pandemia. Há casos de animais com covid-19, mas ainda não há evidências de que cães e gatos, por exemplo, possam transmitir a doença a humanos. Porém, alguns animais, como os visons e os hamsters, podem fazê-lo, em casos raros.
Em novembro, a Dinamarca decidiu sacrificar todos os seus visons, porque se suspeitava de que os 15 milhões de animais fossem portadores e vetores de uma mutação do coronavírus que poderia ser problemática para os humanos.
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