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Anvisa recebe pedido de uso emergencial da vacina do CanSino, de dose única

Segundo embaixador, a China quer "continuar e ampliar" a parceria com o Brasil para fornecer vacinas - Gerardo Vieyra/NurPhoto via Getty Images
Segundo embaixador, a China quer "continuar e ampliar" a parceria com o Brasil para fornecer vacinas Imagem: Gerardo Vieyra/NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/05/2021 13h52Atualizada em 19/05/2021 19h39

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) confirmou ter recebido ontem, pouco antes da meia-noite, o pedido de autorização temporária para uso emergencial, em caráter experimental, da vacina Convidecia contra a covid-19, de dose única, desenvolvida pelo laboratório chinês CanSino Biologics. A documentação foi enviada pela empresa Belcher Farmacêutica, representante do CanSino no Brasil.

Segundo a agência, a análise do pedido já foi iniciada, e está sendo feita uma triagem para verificar se todas as informações necessárias foram devidamente apresentadas. Caso todos os requisitos legais tenham sido cumpridos, a Anvisa terá até sete dias úteis para se manifestar sobre o pedido.

Mais cedo, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, já havia anunciado que o CanSino Biologics entrou com pedido de autorização para uso emergencial de sua vacina. Em publicação no Twitter, Wanming disse que o fabricante entrou em contato com o Ministério da Saúde e que a China está comprometida em "continuar e ampliar" a parceria com o Brasil no fornecimento de vacinas.

"A vacina CanSino, eficaz com só uma dose, está sendo aplicada na China. O laboratório chinês CanSino já entrou contato com Ministério da Saúde brasileiro e apresentou o pedido à Anvisa para autorização de uso emergencial no Brasil. A China está comprometida em continuar e ampliar a parceria de vacinas com o Brasil.

Antes da formalização do pedido, a equipe técnica de medicamentos da Anvisa realizou duas reuniões com representantes do laboratório CanSino, em 8 e 15 de março. Nessas ocasiões, ainda de acordo com a agência, foram apresentados os procedimentos necessários e as informações que a empresa deveria fornecer para que a solicitação fosse analisada.

Os técnicos da Anvisa esclareceram ainda que, para avaliar uma vacina, é necessário que a agência tenha acesso a todos os dados brutos e disponíveis sobre o produto no momento da análise.

Eficácia superior a 65%

No final de fevereiro, o laboratório divulgou um estudo que afirma que a vacina tem eficácia geral de 65,28% na prevenção de casos de covid-19 após 28 dias da aplicação. Para casos graves de covid-19, a eficácia da vacina é de 90,07% num período de 28 dias após a primeira — e única — dose.

Os resultados se baseiam na vacinação de mais de 40 mil voluntários e numa análise preliminar de testes em fase 3 conduzidos no Paquistão, México, Rússia, Chile e Argentina, segundo a empresa.

Produzido a partir de um adenovírus humano não replicante, o imunizante do CanSino foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Biotecnologia de Pequim e a Academia de Ciências Médicas Militares da China.

Vacina aprovada no Chile

A vacina da CanSino foi aprovada para uso no Chile no início de abril. O país andino é um dos que mais vacinou a sua população contra a covid-19 no mundo. A autorização no Chile vale para pessoas com idades entre 18 e 60 anos.

(Com AFP e Estadão Conteúdo)