Topo

Esse conteúdo é antigo

Mais da metade dos internados por covid tem menos de 60 anos, diz Fiocruz

Essa é a primeira vez na pandemia que maioria dos internados por covid-19 tem menos de 60 anos - AFP
Essa é a primeira vez na pandemia que maioria dos internados por covid-19 tem menos de 60 anos Imagem: AFP

Colaboração para o UOL

21/05/2021 20h18

O Brasil tem, pela primeira vez, a mediana da idade de internações em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com covid-19 abaixo de 60 anos. A informação foi divulgada pela Fiocruz, no "Boletim do Observatório Covid-19" de hoje.

De acordo com a análise da fundação, a mudança aparece na comparação entre a semana epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a 18 (2 a 8 de maio) de 2021. A mediana da idade (idade que delimita a concentração de 50% dos casos) das internações hospitalares foi de 66 para 55 anos. Já a de internações em UTI foi de 68 para 58 anos.

Os pesquisadores da Fiocruz lembraram que em 2021, a cada semana, o país vem apresentando rejuvenescimento da pandemia. Ou seja, cada vez mais adultos e jovens são afetados, em vez de concentrada em idosos.

"Diferente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas", alertaram.

Já em relação às mortes, apesar de a mediana ainda ser superior a 60 anos, houve uma queda em um patamar de 10 anos. No mesmo período observado para as internações, a idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos.

Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

O boletim divulgado hoje também mostra aumento das notificações de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) - responsáveis por casos graves de doenças respiratórias, que demandam hospitalização ou levam a óbitos.

Causada por diferentes vírus respiratórios, atualmente os casos são, em grande parte, devido a infecções por covid-19.

Segundo a Fiocruz, mesmo naqueles que registraram redução ou estabilidade, o número de casos seguem muito altos, causando forte pressão sobre o sistema de saúde.

De acordo com o levantamento, a diferença na incidência de casos nos estados na comparação das semanas epidemiológicas 8 e 9 com 18 e 19, mostram que poucos estados estão em patamar significativamente menor. São eles: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentaram sinais de aumento. Os demais estão em níveis próximos ao observado em meados de março ou mesmo acima, como é o caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo.