Consórcio Nordeste envia relatório à Anvisa e espera liberação da Sputnik V
A PGE (Procuradoria Geral do Estado) da Bahia encaminhou hoje à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em nome do Consórcio Nordeste, os documentos finais para uma reavaliação sobre a situação atual da vacina russa Sputnik V, cujo pedido de importação e uso foi reprovado pela agência no dia 26 de abril.
Entre os documentos está o relatório técnico encaminhado pelo Ministério da Saúde da Federação Russa. Com isso, os governadores da região dizem ter sanado as dúvidas que faltavam e esperam a liberação para importação da vacina. O laboratório responsável já havia rebatido, em documento também enviado à Anvisa há 15 dias, os argumentos alegados pela agência vinculada ao governo federal.
No veto, os técnicos da Anvisa argumentaram que havia dúvidas sobre vírus replicante, ou seja, se a vacina não seria capaz de causar a doença, ao invés de proteger o imunizado. Além disso, a autoridade nacional citou falta de documentos para dar o aval à importação do imunizante contra a covid-19.
"Diante da urgência de imunização da população brasileira, com o incremento incessante do número diário de contaminados e mortos (já alcançado o trágico total de 446.403 mortes), e da chegada comprovada da nova cepa indiana no país e no Nordeste, de ainda maior letalidade, pleiteamos a imediata análise do pleito, no prazo de 07 (sete) dias, sob pena de maiores atrasos na importação, distribuição e aplicação da vacina, única medida eficaz para o controle da pandemia", alega a Procuradoria, no e-mail encaminhado ao presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Em nota publicada no seu site, a Anvisa confirmou o recebimento hoje do novo documento referente à vacina Sputnik V. "A documentação adicional foi apensada ao processo de solicitação de importação da vacina e ainda será avaliada pela Anvisa como parte do novo pedido de importação pelos estados da Bahia e do Maranhão", informou a agência.
Compra de 37 milhões de doses
Os estados do Nordeste têm um contrato assinado com o laboratório para compra de 37 milhões de doses da Sputnik V. O relatório técnico também servirá de base para informações ao requerimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) para cobrar agilidade na análise da aprovação da vacina.
"O relatório técnico é o último documento que faltava. Agora o que esperamos é uma posição favorável à liberação da importação e uso da vacina, por preencher requisitos internacionais de segurança, eficácia na imunização", diz o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT).
O coordenador do comitê científico do Consórcio Nordeste, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende, disse que a decisão da Anvisa em vetar a importação da vacina russa foi política.
Em entrevista à época, o fundo russo soberano acusou a Anvisa de mentir e disse que a vacina já se mostrou segura e eficaz.
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