Topo

Esse conteúdo é antigo

Embaixador chinês ironiza omissão da fonte de IFA pelo Ministério da Saúde

Yang Wanming, embaixador da China no Brasil - Adriano Machado/Reuters
Yang Wanming, embaixador da China no Brasil Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/05/2021 10h39Atualizada em 23/05/2021 10h47

O embaixador chinês no Brasil Yang Wanming usou as redes sociais para criticar, de forma indireta, a postura do Ministério da Saúde brasileiro que omitiu as informações sobre a origem do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) em uma publicação feita nas redes sociais.

O chanceler assinalou um trecho de uma publicação do Ministério da Saúde que fazia referência aos "insumos do exterior", não deixando claro que foram enviados pela China.

Novos lotes de IFA chegaram ontem ao Brasil e serão utilizados para a produção da vacina Covidshield, produzida em parceria pela Universidade de Oxford, farmacêutica AstraZeneca e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Cerca de uma hora após a crítica ser postada no Twitter de Wanming, o Itamaraty fez um agradecimento nominal à Chancelaria da República Popular da China pelos "esforços na pronta liberação dos insumos contratados.

Em resposta, o embaixador chinês escreveu que o seu país de origem está "altamente comprometido" com a parceria de vacinas e que a China segue aberta à contribuir para que o Brasil possa "vencer a pandemia".

A China está altamente comprometida com a parceria de vacinas com o Brasil a fim de contribuir, dentro do seu alcance, para o Brasil possa vencer a pandemia o mais cedo possível
Yang Wanming, embaixador chinês no Brasil

Atritos do governo Bolsonaro com a China

A gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus apoiadores, dentro e fora do governo, conflitua com a China. Com declarações sobre a origem do coronavírus ter vindo do país e associando imunizantes desenvolvidos com o IFA chinês ao comunismo, a busca de insumos junto ao país estrangeiro atravessou momentos turbulentos, com o atraso de entregas.

Desde o início da pandemia, que ocorreu em março de 2020, a atuação do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo foi vista como um dos empecilhos para conseguir insumos da China para o Brasil. A relação conturbada entre ele e o chanceler Wanming foi um dos desafios enfrentados nas negociações.

Em depoimento à CPI da Covid, que investiga as ações e omissões de Bolsonaro para o enfrentamento da pandemia e o uso de recursos pelos governos municipais e estaduais, Ernesto Araújo alegou que não defendeu as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que fazia críticas diretas à China.

No Twitter, o embaixador chinês disse que estava "exercitando a paciência". A publicação foi compartilhada minutos após Araújo minimizar os conflitos existentes com a china durante a sua gestão.