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SP culpa Anvisa por caso de passageiro com variante indiana; agência rebate

Passageiro chegou a São Paulo e recebeu resultado positivo para covid-19 quando já estava no Rio de Janeiro - Fepesil/TheNews2/Estadão Conteúdo
Passageiro chegou a São Paulo e recebeu resultado positivo para covid-19 quando já estava no Rio de Janeiro Imagem: Fepesil/TheNews2/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/05/2021 22h07Atualizada em 26/05/2021 22h20

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, responsabilizou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pelo caso do passageiro que chegou hoje da Índia ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos e foi diagnosticado com a variante indiana do coronavírus, quando já estava no Rio de Janeiro.

Segundo Gorinchteyn, o passageiro já apresentava sintomas da covid-19, como dor de cabeça, e não deveria ter sido autorizado a circular livremente pelo aeroporto. A Anvisa, porém, afirmou que o viajante estava assintomático e havia apresentado um teste RT-PCR negativo para coronavírus na chegada ao Brasil.

"Esse indivíduo não pode circular em áreas comuns, fazendo imigração, indo pegar mala com outros passageiros. Ele deve ser afastado, este teste [deve ser] realizado em local privado, para que, dessa forma, se vier positivo, todas as medidas de isolamento sejam realizadas", disse o secretário em entrevista à GloboNews.

Gorinchteyn também defendeu que cabe à Anvisa, como "responsável pelos aeroportos", barrar viajantes com sintomas ou testes positivos para covid-19.

Alguém que testa é alguém que merece ser e ter todos os cuidados de isolamento a serem tomados. Isso é uma prerrogativa de um ambiente que é gerenciado pela Anvisa. Portos e aeroportos, apesar de se localizarem nos estados, são de competência do governo federal, especificamente da Anvisa.
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde

Em nota, a agência explicou que este e mais 12 passageiros foram abordados antes da imigração para apresentar o teste negativo de covid-19, realizado em no máximo 72 horas antes do voo, como prevê a regra em vigor. Os dados dessas 13 pessoas foram, então, enviados para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional e local.

"Tanto no preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) quanto no Termo de Controle Sanitário, o viajante assume compromisso de quarentena em solo nacional, por ele ser passageiro proveniente da Índia", disse a Anvisa, fazendo menção à portaria 653, publicada no último dia 14. "Todos os requisitos migratórios foram cumpridos, o que autorizava a entrada do passageiro em questão no país."

Ainda de acordo com o órgão regulador, o viajante infectado com a variante indiana decidiu fazer um novo teste em um laboratório privado localizado no próprio Aeroporto de Guarulhos. Mas ele não esperou pelo resultado — este positivo —, tendo recebido a confirmação quando já estava no Rio de Janeiro, seu destino final.

"A Anvisa foi informada do resultado positivo pelo laboratório privado, seguindo o fluxo de informações existentes para casos positivos, e informou as autoridades competentes para que monitorassem o viajante, o que é previsto no plano de contingência. Não há exigência de testes para embarques nacionais e não é competência da Anvisa o monitoramento de pessoas em trânsito entre estados e municípios", finalizou.