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Prefeitura de BH assina acordo de R$30 mi para desenvolver vacina da UFMG

Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) - Reprodução/Redes Sociais
Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Colaboração para o UOL

27/05/2021 14h05Atualizada em 27/05/2021 17h54

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), assinou hoje o convênio que vai repassar uma verba de R$ 30 milhões para que a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolva os estudos da vacina Spintec contra a covid-19. A expectativa é que o imunizante mineiro esteja disponível em 2022.

Em abril, a prefeitura anunciou que iria financiar os imunizantes desenvolvidos pela universidade. Segundo a UFMG, o principal objetivo do investimento é para que os pesquisadores consigam avançar da fase pré-clínica para as etapas 1 e 2 dos testes clínicos da vacina.

Os recursos vão garantir a continuidade da pesquisa em todo o ano de 2021. O convênio terá vigência até 31 de dezembro. O pagamento será feito em parcelas mensais de R$ 6 milhões - iniciando neste mês -, conforme a evolução dos estudos.

Ainda de acordo com a universidade, a Spintec é uma das três vacinas em estágio mais avançado no Brasil.

A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart, agradeceu ao apoio da prefeitura e disse que o convênio reforça a parceria de Belo Horizonte com a ciência e o conhecimento no enfrentamento à pandemia.

"O prefeito Alexandre Kalil nos atendeu em um momento de muita agonia. Veio em um momento imprescindível, não só por causa dessa vacina, mas pelo que se sucedeu, que foi o corte no orçamento das nossas universidades", disse a reitora.

Kalil lamentou o corte no orçamento da Universidade, ressaltou a importância do estudo e disse parecer que "ninguém está notando que essa vacina será anual".

O financiamento da prefeitura vai ajudar na compra de reagentes para avaliação da resposta imune, na produção de lotes de teste para análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e no preparo da documentação de pedido de registro.

Além disso, a verba também vai auxiliar na execução dos testes pré-clínicos, nas duas etapas dos ensaios clínicos, em adultos saudáveis sem exposição prévia à covid-19, e no pagamento das despesas relacionadas aos custos com manutenção e experimentos com os animais.

Entenda as etapas para a aprovação da Anvisa

Pesquisa: Primeiro, os laboratórios realizam pesquisas pré-clínicas para conhecer o comportamento do vírus. A seguir vêm os estudos com testes em humanos, são três fases clínicas.

Fase 1: avalia a segurança e possíveis reações indesejáveis da aplicação da vacina. Nessa fase verifica-se de forma preliminar a capacidade de gerar anticorpos contra o novo coronavírus. São poucos voluntários, cerca de 100.

Fase 2: - avalia a dosagem, a forma de vacinação com componentes mais adequados e a capacidade de gerar anticorpos (contra o novo coronavírus) na população que deverá ser indicada para receber a vacina. O grupo em estudo é maior do que na Fase 1, geralmente algumas centenas de pessoas.

Fase 3: os testes nessa etapa são realizadas em grandes populações para avaliar a segurança e a eficácia da vacina. A vacina precisa provar que, de fato, é capaz de nos proteger da doença. Mesmo ao término desta fase, as reações adversas continuam sendo monitoradas.

Documentação: Os laboratórios juntam os documentos técnicos que permitam à Anvisa verificar os dados de segurança e eficácia, e a qualidade da vacina. Esses dados devem conter informações de estudos clínicos e não clínicos e informações de tecnologia farmacêutica (referentes à qualidade, ao processo de fabricação e ao controle de qualidade), por exemplo. É necessário também apontar dados sobre as matérias-primas utilizadas no desenvolvimento do produto.

Pedido e autorização: Se ficar comprovada a eficácia superior a 50% da vacina, a empresa pode solicitar o registro permanente da vacina. Para este tipo de autorização é necessário que os desenvolvedores indiquem que há pesquisas pós-comercialização sobre monitoramento de reações adversas não detectadas em estudos.