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Butantan retoma produção da CoronaVac; entrega deve voltar em 15 dias

Funcionários no centro de produção da CoronaVac do Instituto Butantan; processo até entrega demora cerca de 15 dias - Amanda Perobelli/Reuters
Funcionários no centro de produção da CoronaVac do Instituto Butantan; processo até entrega demora cerca de 15 dias Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

27/05/2021 12h03

O Instituto Butantan retomou na madrugada de hoje a produção da CoronaVac com os 3 mil litros do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) recebidos na última terça-feira (25).

O Butantan prevê a produção de 5 milhões de doses da vacina contra a covid-19 com o lote enviado pela China. A matéria-prima passará pelos processos de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade antes da entrega ao PNI (Plano Nacional de Imunização).

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A previsão é que as novas doses fiquem prontas em um prazo de 15 a 20 dias. O Butantan trabalha com a previsão de iniciar as novas entregas ao governo federal em junho. A última distribuição feita para o Ministério foi no último dia 14.

Nas últimas semanas, a paralisação na produção da CoronaVac causou a interrupção da vacinação com a segunda dose do imunizante em vários estados. Com isso, pessoas não conseguiram cumprir o prazo máximo de quatro semanas estipulado entre a primeira dose e a de reforço.

Mesmo assim, autoridades da Saúde recomendam que a segunda dose seja tomada assim que possível para que seja completado o ciclo de imunização contra a covid-19.

47,2 milhões de doses entregues

Neste mês, o Butantan completou o primeiro contrato com o Ministério da Saúde, que previa a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac. Como não deve haver mais entregas em maio, a instituição fechará os primeiros cinco meses do ano com 47,2 milhões de doses distribuídas.

O segundo contrato com o governo federal prevê a produção de mais 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões de doses da CoronaVac a serem distribuídas pela pasta chefiada pelo ministro Marcelo Queiroga.

Correria por insumos

Desde semana passada, a movimentação do governo de São Paulo e do Butantan foi intensa para que os chineses se comprometessem a enviar os insumos da vacina o quanto antes, após terem desmarcado os últimos prazos sem dar explicações.

Essa ausência de justificativa levou a mais uma briga política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acusou diversas vezes o presidente de ter causado um problema diplomático com a China.

Bolsonaro voltou a atacar o país asiático, citando que o novo coronavírus, descoberto na China, teria sido criado em um laboratório, e falou em "guerra química". Essa teoria já descartada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Já o governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, disse que esse atraso se deu pela alta demanda de vacinas da China. O mesmo argumento foi usado pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, aos governadores em uma reunião na semana passada, segundo apuração do colunista do UOL Chico Alves.

O embaixador afirmou também que "é necessário que o ambiente de boa relação entre Brasil e China seja nutrido" e que exista um ambiente político de reconhecimento mútuo.

Na ocasião, Wanming prometeu que a China liberaria tanto ao Butantan quanto à Fiocruz insumos suficientes para produzir 16,6 milhões de doses "nos próximos dias".