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Secretário de Saúde do Amazonas deixa prisão e pede exoneração do cargo

O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, que pediu exoneração do cargo - Governo do Amazonas
O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, que pediu exoneração do cargo Imagem: Governo do Amazonas

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

08/06/2021 14h44Atualizada em 08/06/2021 18h37

Preso no último dia 2 pela da Polícia Federal, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, apresentou seu pedido de exoneração do cargo na manhã de ontem em reunião com o governador Wilson Lima (PSC). A informação foi confirmada pela secretaria.

Alvo da Operação Sangria, que investiga corrupção em contratos firmados pelo governo do Amazonas na pandemia, Campêlo foi preso junto com quatro empresários preventivamente. Na noite de ontem, todos foram soltos após o encerramento do prazo de cinco dias de prisão temporário.

Em nota, a Secretaria de Saúde diz que o pedido de exoneração "é para não deixar qualquer dúvida sobre sua conduta e facilitar ao máximo o acesso das autoridades aos documentos sobre contratos e decisões que tomou à frente do órgão".

"Minha permanência poderia parecer que tenho algo a esconder ou que fiquei para manipular as informações, por isso entreguei o cargo", disse Campêlo, que nega as acusações.

Com a sua saída, o secretário-executivo de controle interno da SES, Silvio Romano, responderá interinamente pelo órgão. A pedido de Lima, Campêlo permanecerá no governo como coordenador da UGPE (Unidade Gestora de Projetos Especiais).

A nova fase da operação foi aberta depois que o Ministério Público Federal encontrou novos indícios de fraudes e superfaturamento na reinauguração do hospital de campanha Nilton Lins em Manaus no início do ano, quando o sistema de saúde da capital amazonense entrou em colapso diante de uma nova escalada da pandemia, e na prestação de serviços na unidade temporária para tratar pacientes com coronavírus.

Na nota enviada à imprensa, a SES afirma que "as acusações, de superfaturamento no pagamento para uso do local como hospital de campanha na pandemia, não têm sustentação lógica, pois o prédio não foi alugado em 2021 e nenhum dos serviços apontados como superfaturados foi contratado, não havendo, portanto, pagamento pelos mesmos".

Campêlo e o empresário Nilton Costa Lins Júnior estavam presos no Centro de Detenção Provisória Masculino II (CDPM II) em Manaus. Nilton é pai das duas médicas que no começo do ano furaram a fila da vacinação em Manaus. Já os empresários Sérgio José Silva Chalub, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória Masculino I (CDPM I), também na capital.

A operação da PF fez com que a CPI da Covid no Senado antecipasse o depoimento de Wilson Lima, para falar da crise de desabastecimento de oxigênio em Manaus no início do ano, pior momento da pandemia de covid-19 no estado. Ele será ouvido no dia 10 de junho.