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Ministério da Saúde admite erro ao descontar 151 mil doses da Pfizer de SP

A redução nas vacinas da Pfizer enviadas levou o governo de São Paulo a acionar o STF contra a União - iStock
A redução nas vacinas da Pfizer enviadas levou o governo de São Paulo a acionar o STF contra a União Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 15h13Atualizada em 18/08/2021 16h45

O Ministério da Saúde reconheceu hoje ter cometido um erro ao descontar 151 mil doses da vacina da Pfizer que seriam enviadas a São Paulo para compensar 301.955 doses excedentes da CoronaVac distribuídas no estado. A decisão levou o governo paulista a acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para exigir o envio de mais imunizantes da Pfizer, de forma a garantir a continuidade da campanha.

Segundo explicou Rosana Leite, secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, o Ministério da Saúde identificou que São Paulo estava recebendo mais doses da CoronaVac do que deveria, muito porque o Instituto Butantan, corresponsável pelo desenvolvimento da vacina, está localizado na capital paulista.

Isso facilita a distribuição, mas acaba gerando, ainda de acordo com Rosana, uma "iniquidade" entre os estados. Por isso, a Saúde decidiu descontar de São Paulo algumas doses da Pfizer — o que, admitiu, foi um "equívoco".

"Nós evidenciamos isso [doses excedentes da CoronaVac] em uma pauta que teve um cumulativo de 151 mil doses. Nós queríamos que os [outros] estados recebessem, então nós descontamos da Pfizer. Entendemos que cometemos um equívoco, e devolvemos essas 151 mil doses da Pfizer [a São Paulo]", disse a secretária durante coletiva do Ministério da Saúde.

"Realmente o Instituto Butantan entregou a mais 301.955 doses para o estado de São Paulo. Isso ainda não conseguimos descontar", completou.

Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) voltou a cobrar a União pelo imbróglio em relação às vacinas de seu estado. "Ministério da Saúde, 'bora' consertar o erro e enviar as doses de São Paulo", escreveu.

STF determinou entrega

Atendendo parcialmente às exigências do governo paulista, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF determinou ontem que a União envie mais vacinas contra a covid-19 a São Paulo para permitir a aplicação da segunda dose naqueles que já tomaram a primeira. Ao UOL, o Ministério da Saúde informou que vai cumprir a decisão.

No último dia 3, São Paulo recebeu apenas 10% de todo o contingente, enquanto, pelo pacto federativo, o estado tem direito a 22,6% devido à proporcionalidade da população.

A previsibilidade e a continuidade da entrega das doses de vacinas contra a covid-19 são fundamentais para a adequada execução das políticas de imunização empreendidas pelos entes federados, as quais contemplam a divulgação antecipada dos calendários de vacinação, sempre acompanhada com grande expectativa pela população local.
Ricardo Lewandowski, ministro do STF

Hoje, também durante coletiva, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga reforçou que São Paulo realmente deve receber mais doses de vacinas contra a covid-19 justamente por ser o estado mais populoso e, portanto, abranger mais grupos prioritários.

"São Paulo recebe mais [vacinas] porque é o estado mais populoso, e segundo porque é o que mais tem grupos prioritários, como profissionais de saúde, em relação a outros estados. O mesmo se observa em [pessoas com] comorbidades, por isso São Paulo avança mais [na distribuição]. Não é porque o ministério quer alocar mais doses para São Paulo", explicou.