Hallal: Suspender vacinação de adolescentes é decisão equivocada e absurda
Entre políticos e especialistas críticos à nova posição do Ministério da Saúde em não vacinar adolescentes sem comorbidades, está o epidemiologista Pedro Hallal. Segundo o epidemiologista, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está errado e a imunização dos jovens é de extrema importância para vencer a pandemia da covid-19.
"A fala do ministro é equivocada sob vários pontos de vista, criticar a vacina de adolescentes não faz sentido algum. Por mais que seja verdade que a maioria dos casos em adolescentes é leve, repito a maioria porque existem casos graves, a vacina é para a proteção coletiva, quanto mais gente vacinada melhor e para isso os adolescentes são extremamente importantes para o PNI (Programa Nacional de Imunização", afirmou ao UOL News.
Ontem, Queiroga disse que não há problema de estoque para a cobertura vacinal, apesar de cinco estados reportarem na semana passada que não tinham mais AstraZeneca para usar. "Se não falta vacina, então qual a justificativa para cancelar e criticar os estados?", falou Hallal.
"Espero que rapidamente seja revertida essa decisão absurda para que possamos atingir uma taxa alta da população vacinada", disse. "Isso mostra e comprova que Ministério da Saúde quer vencer a pandemia com abordagem individual clínica, e só se vence com abordagem populacional e coletiva", explicou.
Nova posição da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a aplicação da vacina contra covid-19 em adolescentes foi feita de maneira "intempestiva" e criticou estados por não seguirem as orientações federais.
"Estados e municípios iniciaram essa vacina antes, até no mês de agosto, vacina que era para começar ontem", disse ele durante entrevista coletiva. Além disso, Queiroga afirmou que não recomendará a imunização para adolescentes sem comorbidades até que haja mais evidências "sólidas".
"Em relação a adolescentes, a recomendação é essa. Por favor, sigam a orientação do PNI e não apliquem outros imunizantes além do que está autorizado", afirmou. Com isso, o ministério ainda aprova a vacinação com Pfizer de adolescentes com "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".
O estado de São Paulo seguirá com a vacinação de pessoas entre 12 e 17 anos, conforme disse hoje o governador João Doria (PSDB). Para ele, a decisão é "descabida" e não baseada em ciência.
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