Topo

Esse conteúdo é antigo

Secretário: Apenas 0,001% dos jovens vacinados em SP tiveram efeito adverso

Colaboração para o UOL, no Rio

17/09/2021 10h51Atualizada em 17/09/2021 13h03

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje no UOL News que apenas 0,001% dos adolescentes vacinados contra o novo coronavírus no estado teve algum efeito adverso por causa da aplicação do imunizante. De acordo com ele, o estado vacinou até o momento 2,4 milhões de pessoas entre 12 a 17 anos.

"Tivemos 35 notificações, sete delas com evento grave, incluindo um gravíssimo. Estamos avaliando esses efeitos graves. Por exemplo, sonolência extrema não entraria no critério maior de gravidade, mas de toda forma, foi assim notificado pelo município em questão", disse o secretário.

A afirmação de Gorinchteyn acontece em meio à polêmica decisão do Ministério da Saúde de voltar atrás na recomendação da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos que não têm comorbidade. Ao justificar a orientação dada aos estados e municípios sobre a questão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, citou, em coletiva ontem, uma morte em São Paulo.

Não temos subsídio para dizer que a vacina é a responsável por esta condição de morte. Fazemos um acompanhamento em todos os pacientes que apresentem um evento adverso. No caso, esse é um evento adverso gravíssimo, e acompanhando estão também os fabricantes da própria vacina, que têm todo o interesse e a responsabilidade em obter essas informações
Jean Gorinchteyn

O secretário também disse que não pode confirmar a informação passada pelo ministério de que adolescentes estão sendo vacinados no país com doses de imunizantes não aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para essa faixa etária. Até o momento, a agência liberou a aplicação apenas da vacina da Pfizer nesse grupo.

Na coletiva de ontem, o Ministério da Saúde afirmou que foram aplicadas mais de 26 mil doses de vacinas que não foram autorizadas para adolescentes no país. Dessas, 6.921 teriam sido apenas no estado do São Paulo, sendo 2.356 da AstraZeneca, 4.464 da CoronaVac e 92 da Janssen.

"Eu desacredito nessa informação, mas preciso, como gestor público, abrir uma sindicância para que possamos apurar o fato. Se isso ocorreu de forma inadvertida, aquelas pessoas que fizeram a aplicação serão devidamente punidas, e aqueles que receberam imunizantes serão devidamente acompanhados nos próximos 30 dias e também terão toda a orientação para recebimento de outro imunizante na segunda dose", disse o secretário.

'Ação extremamente irresponsável'

Gorinchteyn ainda criticou a nova recomendação do ministério. O secretário afirmou que a vacina da Pfizer é aplicada em adolescentes de países como Chile, Canadá, Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido e Israel.

Passa a ser anedótico suspendermos isso no país. Isso é de uma ação extremamente irresponsável e desqualifica não só essa vacina como as demais vacinas que já vinham sendo desqualificadas pelos conceitos colocados em entrelinhas e, com isso, levando a descrédito da população na nossa vacinação
Jean Gorinchteyn

Ontem, após o Ministério da Saúde divulgar a recomendação para a suspensão, o governador João Doria (PSDB) disse que o estado São Paulo vai continuar a vacinar os adolescentes. Gorinchteyn defende o posicionamento de Doria citando o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

"Ganhamos um Programa Nacional de Imunizações que obteve o apoio da população e é isso que faz com que estejamos voltando e retomando no novo tempo. É por isso que temos que consagrar o respeito e a credibilidade ao nosso programa de imunização", afirmou o secretário.