Filha de Queiroga critica 'desejos de morte' ao pai infectado com covid
A médica Daniella Queiroga, filha do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou as "mensagens de ódio e de desejos de morte" dirigidas ao seu pai, que foi diagnosticado com covid-19 ontem.
Por meio dos stories de seu perfil no Instagram, Daniella se referiu ao coronavírus como uma "doença maldita" e criticou aqueles que falam sobre empatia, mas não a põem em prática. Ainda, ela disse ser "lamentável" receber esse tipo de mensagem "em um momento de medo e vulnerabilidade", e agradeceu àqueles que desejam melhoras ao ministro.
"Muito se fala sobre empatia. Pena que a moda está no falar e não no agir. É lamentável em um momento de vulnerabilidade, como é receber um teste positivo de covid, digo isso com a propriedade de quem já deu essa notícia a inúmeras famílias, se deparar com mensagens de ódio, desejos de morte ou de retaliação. É triste perceber que os seres humanos permitem que a sua opinião política supere sua humanidade. Dos que se escondem atrás de @ até os meios que veiculam as informações. Saúde mental todo mundo tem, assim como família, é alarmente, em pleno setembro amarelo, ver o quanto isso pouca importa. Agradeço a todos que desejaram melhoras. Meu pai está bem e continua na luta contra essa doença maldita, que já nos levou tantos brasileiros", escreveu.
Queiroga foi diagnosticado com covid nos EUA
O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, foi diagnosticado com coronavírus durante estadia em Nova York, nos Estados Unidos. O chefe da pasta viajou para o país norte-americano como parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) - o mandatário brasileiro discursou ontem e proferiu uma série de mentiras e distorções.
Bolsonaro embarcou ontem à noite de volta para o Brasil, enquanto Queiroga ficará em solo norte-americano de quarentena e "seguindo todos os protocolos de segurança sanitária", conforme o próprio anunciou em seu perfil no Twitter.
Apesar da infecção, Queiroga disse estar sem sintomas. Ele afirmou que descobriu o resultado positivo ao fazer o teste para o retorno ao Brasil e que foi informado por Bolsonaro. "O presidente me ligou e me comunicou que tinha dado positivo o meu teste, disse que continua a me apoiar no que for necessário e tive que ficar por aqui de quarentena", falou.
A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), em nota, reforçou que o ministro está bem. "Informamos, ainda, que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e testaram negativo para a doença", escreveu.
O chefe da Saúde brasileira contou que ficará nos Estados Unidos até testar negativo para a covid-19. O adoecimento de Queiroga entra para a montanha-russa de acontecimentos durante a passagem de Bolsonaro e sua comitiva em Nova York, que envolvem fazer refeições na rua pela falta de vacinação do presidente e provocações de outros líderes mundiais.
Hoje de manhã, Bolsonaro discursou na ONU e, logo, teve as falas duramente criticadas pela comunidade internacional e a oposição brasileira. Ontem à noite, Queiroga estava em um veículo com o presidente quando passaram por uma manifestação contra eles e o ministro respondeu levantando o dedo do meio.
Questionado sobre o ato pela colunista do UOL Carla Araújo, ele respondeu: "Que gesto? Sabe qual o grande gesto? É mais de 50% da população adulta brasileira com duas doses de vacina".
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