Saúde pretende revacinar toda a população em 2022, diz secretário
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o governo pretende revacinar toda a população brasileira contra a covid-19 no ano que vem e que o ministro Marcelo Queiroga deve apresentar nos próximos dias um planejamento.
Segundo Cruz, que tem feito reuniões semanais com as farmacêuticas, além da compra de uma dose por pessoa, a ideia da pasta é garantir a opção de compra caso haja necessidade de uma nova revacinação.
"A gente conversa com laboratórios. A Europa e grande parte dos países que já fecharam contrato para o ano que vem têm ido com essa estratégia de reforço: revacinação com uma dose por pessoa", disse o secretário. Ele afirmou ainda que o ministério "está concluindo" sua estratégia sobre o tema.
Cruz disse ainda que não faltará dinheiro para a aquisição de novas doses vacinas, preocupação manifestada pelo presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) em razão da queda prevista no Orçamento para o combate à pandemia em 2022.
A principal mensagem que a gente precisa passar não só para o mercado, mas para a sociedade, é que o governo federal fez e fará todos os esforços para garantir a vacinação para todos os brasileiros Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde
A reportagem questionou o Ministério da Saúde se já há previsão de quando Queiroga anunciará o planejamento e aguarda retorno.
Dose de reforço para maiores de 60 anos
Na semana passada, Queiroga anunciou que idosos acima de 60 anos receberão uma dose de reforço da vacina contra a covid-19.
Até então, a Saúde havia anunciado a aplicação da terceira dose da vacina em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos — pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo — a partir do dia 15 de setembro. A pasta também aprovou a dose de reforço para profissionais da saúde, após seis meses da imunização completa. Alguns estados, no entanto, já haviam estendido a dose adicional para maiores de 60 por conta própria.
A aplicação da dose de reforço da vacina para este público é feita preferencialmente com o imunizante da Pfizer, mas também poderá ser feita com outra vacina de vetor viral, como da Janssen e da AstraZeneca. Pfizer e AstraZeneca já possuem registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo o Valor, o Ministério da Saúde ainda definirá quais imunizantes serão utilizados no ano que vem.
Na semana passada, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que não há tratativas para o Ministério da Saúde adquirir mais doses da CoronaVac, para além das 100 milhões anteriormente contratadas. A vacina tem autorização para uso emergencial dada pela Anvisa, mas o Butantan ainda não enviou ao órgão regulador um pedido de registro definitivo no Brasil para o imunizante.
Questionado pelo jornal, Cruz disse que não iria "adiantar o anúncio de algo que não está definido".
"É importante lembrar que o registro emergencial foi uma figura regulamentada durante a pandemia, porque não se tinha todos os elementos necessários para a aprovação do imunizante de forma completa, condicionando à entrega de mais informações para que a gente tivesse o registro definitivo."
93,5 milhões de brasileiros completam vacinação
Ao todo, 93.558.913 habitantes do país já tomara a segunda dose ou a dose única de imunizante contra a covid-19, o que representa 43,86% da população nacional. Os números foram divulgados ontem, em boletim elaborado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte e baseado nas informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.
Até agora, 147.457.100 brasileiros receberam a primeira dose, o equivalente a 69,13% da população do país. Houve a aplicação de 1.057.700 doses de reforço no total.
Queiroga retorna ao Brasil
Queiroga retornou ao Brasil na manhã de hoje após receber resultado negativo em novo teste de covid-19 feito ontem nos Estados Unidos, onde estava em isolamento há pouco mais de dez dias.
Queiroga desembarcou nesta manhã no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e deve chegar a Brasília durante a tarde de hoje. Ainda não há previsão para retomada da agenda de compromissos oficiais.
O ministro foi diagnosticado com covid-19 em 21 de setembro, em Nova York. Ele fez parte da comitiva brasileira que viajou aos EUA para acompanhar a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na 76ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
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