Duque de Caxias (RJ) desobriga uso de máscaras em locais abertos e fechados

A Prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, publicou um decreto hoje desobrigando o uso de máscaras faciais no município, com população de cerca de 924 mil pessoas. A medida vale tanto para locais abertos quanto para fechados e foi tomada após se levar em conta a queda no contágio de covid-19 na região e a elevação no número de vacinados.

Apesar das pressões do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Ministério da Saúde não recomenda a desobrigação de máscaras. Até o momento, não há data definida para que proteção deixe de ser adotada nacionalmente.

Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, a proteção será exigida quando uma pessoa estiver infectada pelo coronavírus ou suspeitar que possa ter sido contaminada pela doença.

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Em nota, o município informou que já aplicou cerca de 900 mil doses das vacinas contra a covid-19. Até agora 46,8% da população está totalmente imunizada — ou seja, que já receberam duas doses ou com o imunizante de aplicação única.

Em abril deste ano, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), foi criticado após aparentar estar aplicando vacina em uma pessoa, o que foi gravado em vídeo. Em nota, a prefeitura disse ser apenas "encenação".

Na época, a vacinação no município era marcada por desorganização, filas e muita aglomeração.

A importância das máscaras

Com a sinalização de que a capital do Rio de Janeiro estuda desobrigar o uso de máscaras em locais fechados até novembro, diversos especialistas de saúde têm alertado para as consequências e dito que ainda não é a hora para isso.

"Esse é um vírus que surfa nas oportunidades. E o que a gente tem que fazer é não dar oportunidade", disse Flávio Guimarães da Fonseca, presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia) e virologista da UFMG (Universidade Federal de Minais Gerais).

Mesmo que o Rio atinja 65% de vacinados em 10 dias - o acordado era chegar a esse patamar para flexibilizar o uso de máscaras - ainda seriam necessárias mais duas semanas após a aplicação da dose para que a pessoa tenha a imunização total.

Especialistas de saúde pedem que as pessoas sigam usando máscaras faciais, tomem as duas doses da vacina e continuem com cuidados de higiene, como lavar as mãos com frequência.

Na cidade de São Paulo, o UOL apurou que estudos são feitos sobre a flexibilização do uso da máscara. Atualmente, os parâmetros estimados para se chegar nesse cenário incluem que 100% dos idosos já estejam com dose de reforço e 90% da população adulta com esquema vacinal completo.

Especialistas consultados pelo UOL dizem acreditar que o ideal seria aguardar que cerca de 80% da população já esteja imunizada para se pensar em liberar a necessidade de máscara, como avalia o presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia) e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Carlos Magno Fortaleza. "E número de mortes diárias abaixo de cem no país", diz. Atualmente, a média móvel de mortes está por volta de 500.