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São Paulo estuda liberar máscaras em espaço aberto a partir de dezembro

Ana Paula Bimbati, Leonardo Martins e Henrique Sales Barros

Do UOL, em São Paulo

03/11/2021 14h07Atualizada em 03/11/2021 15h05

O estado de São Paulo estuda a possibilidade de liberar o uso de máscaras em espaços abertos e sem aglomerações a partir de dezembro. Por enquanto, o uso correto do equipamento —cobrindo nariz e boca— permanece obrigatório e, quem não obedecer está sujeito a multa de R$ 552,71.

Em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, hoje, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirmou que a mudança depende dos indicadores da doença no estado. Se os números de casos, internações e mortes continuarem caindo até o fim de novembro, e a vacinação da população seguir em alta, será possível liberar a máscara no mês seguinte.

Contudo, médicos pedem cautela e criticam a liberação das máscaras antes dos indicadores de vacinação chegarem a níveis seguros e o número de mortes ficar mais baixo do que os atuais.

Gabbardo disse que, para a desobrigação da proteção:

  • O número de casos diários, seguindo os parâmetros da média móvel, deve permanecer abaixo de 1,1 mil;
  • As internações, abaixo de 300; e
  • Os óbitos diários abaixo de 50 óbitos.

Só diante desse cenário de regressão, o comitê diz que irá encaminhar ao governador o aval para a liberação do uso das máscaras.

A expectativa que temos de prazo é que, se continuarmos com os indicadores caindo nessa velocidade, é possível que até a última semana epidemiológica do mês de novembro nós estaremos atingindo esses quatro indicadores [casos, internações, mortes e vacinados] e, dessa forma, para o início do mês de dezembro, é possível que haja a liberação do uso de máscaras em ambientes abertos e sem aglomeração."
João Gabbado, coordenador-executivo do Centro de Contingência

O governador João Doria (PSDB) endossou a informação: "Provavelmente, já a partir do dia 1º de dezembro, o uso de máscaras já será liberado ao ar livre aqui em São Paulo, mas de forma absolutamente segura".

Foi o próprio governador que, há cerca de duas semanas, pediu aos médicos que integram o comitê que analisassem a possibilidade de liberar as máscaras de proteção, conforme apurou o UOL.

A discussão sobre dispensa da proteção começou a ser pautada no fim do mês passado. A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a liberação das máscaras em espaços abertos na cidade, mas teve que esperar o aval do governo do estado.

Gabbardo, no entanto, negou que São Paulo tenha se sentido pressionado a liberar as máscaras. "A nossa posição não está relacionada a flexibilização que aconteceu em outros locais. Estamos trabalhando em cima dos indicadores", disse.

"Temos uma pressão dos vários setores, atividades, pela própria manutenção da máscara, do que pela flexibilização. O que todos os setores se preocupam é de manter esse processo de abertura gradativa, segura, das diversas atividades, mas sempre de forma segura", completou.

Vacinação de crianças

Doria também anunciou que pedirá hoje à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorização para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra covid-19.

A agência, no entanto, afirma que o pedido deve ser feito pela farmacêutica responsável pela vacina a ser aplicada. Até agora, nenhum imunizante teve aval para ser utilizado neste público.

A Anvisa liberou a vacinação de adultos e adolescentes de 12 a 17 anos —estes últimos, apenas com o imunizante da Pfizer.

"A solicitação para a inclusão de uma nova indicação de faixa etária na bula de uma vacina depende da apresentação de dados clínicos e científicos que sustentem a segurança e eficácia desta vacina para o público infantil. Por isso, o pedido de nova indicação deve ser feito pelo laboratório farmacêutico responsável pela vacina", diz um trecho da nota da agência.

A coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula, disse que "é uma unanimidade entre todos os estados [do Brasil] fazer a vacinação" das crianças.

Ontem, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na tradução do inglês) dos Estados Unidos recomendou, por unanimidade, a aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Com o aval, a campanha para este público —estimado em 28 milhões de pessoas — pode começar já a partir de hoje.