Fiocruz defende cautela na retomada de eventos sociais com aglomeração

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) defendeu no boletim epidemiológico divulgado hoje que a retomada irrestrita de eventos com aglomeração não é recomendada.

Os pesquisadores da instituição afirmam que é necessário atingir 80% da população vacinada com as duas doses do imunizante contra a covid-19 antes de liberar os eventos com aglomeração.

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"A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas", dizem os especialistas. Eles também indicam que atividades com maior concentração de pessoas só sejam realizadas com apresentação do comprovante de vacinação.

A Fiocruz se baseia no fato de que a taxa de transmissão do coronavírus no Brasil ainda está estável, apesar da queda no número de óbitos.

No boletim epidemiológico, a instituição destacou também que "embora o registro de casos e de óbitos por Covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta". Isso, segundo a Fiocruz, pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa.

A entidade destacou ainda o fato de que grande parte dos adolescentes ainda não recebeu a segunda dose da vacina. "A população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis".

É equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível
Boletim epidemiológico da Fiocruz

A recomendação da Fiocruz vem no momento em que estados e municípios estão retomando grandes eventos como jogos de futebol com público, show e baladas.

No estado de São Paulo, por exemplo, desde o dia 1º de novembro foram autorizados os últimos eventos que estavam proibidos, sem restrição de público ou horário. O uso de máscaras, no entanto, ainda é obrigatório.

Segundo dados de ontem do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, 68,23% da população paulista já recebeu as duas doses da vacina. A taxa é a maior do país, mas ainda inferior aos 80% recomendados pela Fiocruz.