SP pede mais prazo à Anvisa para manter vacinas da Pfizer armazenadas
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo enviou um ofício à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pedindo mais prazo para armazenar vacinas da Pfizer contra a covid-19. Segundo o órgão, há 8.920 frascos do imunizante com prazo de armazenamento expirado. Cada frasco tem seis doses —portanto, são mais de 53 mil doses que passaram do prazo. A prefeitura nega que as vacinas estejam vencidas.
A secretaria afirma que o prazo atual de armazenamento é de 31 dias. Os frascos devem ser mantidos a temperaturas entre 2 ºC e 8 ºC. A prefeitura diz que os quase 9.000 frascos que estão com o prazo de descongelamento expirado foram recolhidos e levados aos Padis (Postos de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos) do município.
Em nota, a Anvisa afirmou que as condições de conservação das vacinas são definidas a partir de estudos desenvolvidos pelo laboratório que produz o imunizante. "Somente a partir de um estudo que comprove que a vacina mantém sua qualidade em condições de conservação diferentes das já aprovadas é que a Anvisa autoriza a mudança destas condições", diz o texto.
Ainda segundo a Anvisa, não houve pedidos da Pfizer para alterar as condições de conservação da vacina. "Vacinas fora das condições de conservação definidas em bula não podem ser utilizadas em pessoas", completa o texto.
O pedido de mais prazo para armazenamento acontece poucos dias após o governo de São Paulo convocar 3,4 milhões de pessoas que ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19. Na última segunda-feira (6), eram 806,7 mil pessoas que precisavam tomar mais uma dose da Coronavac; 845,3 mil que não voltaram para a segunda dose da Astrazeneca; e 1,7 milhão que não tomaram a segunda dose da Pfizer.
Nenhuma dose com prazo expirado foi usada, diz prefeitura
Em nota enviada ao UOL, a secretaria diz que nenhuma das doses que passaram do prazo de descongelamento foi usada. Além disso, o órgão afirma que a cidade possui "quantidade de vacinas suficiente" para imunização do público elegível.
A reportagem perguntou à secretaria por que as vacinas não foram descongeladas antes do prazo máximo. A assessoria do órgão afirmou apenas que a prefeitura recebeu as doses assim do governo estadual.
A Secretaria de Saúde do governo estadual, por sua vez, afirmou que não distribuiu doses que passaram do prazo aos municípios. Segundo o órgão, a distribuição das vacinas é feita de acordo com os pedidos das prefeituras, e cabe a elas gerenciar o estoque.
Além do pedido à Anvisa, a prefeitura afirma ter apresentado a situação à equipe técnica da Pfizer.
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