Presidente da Anvisa: 'Estamos todos juntos' na decisão de vacinar crianças
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, defendeu hoje a decisão de autorizar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, reforçando o caráter técnico das análises feitas pela agência. Ele também se dispôs a fornecer mais informações sobre o caso, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse querer divulgar os nomes dos responsáveis na Anvisa pela decisão.
"Se formos consultar todas as pessoas que ali contribuíram direta ou indiretamente para que aquele posicionamento [sobre vacinar crianças] fosse estabelecido, essa lista, por certo, contaria com mais de 1.600 nomes. E desses 1.600 — até por questão de ordem alfabética, e não de importância, porque todos são essenciais —, seguramente na letra 'A' meu nome vai estar lá", disse Barra Torres em reunião pública da diretoria.
Na decisão de ontem, estamos todos juntos. Somos legalistas, somos cumpridores daquilo que a lei determina, teremos total tranquilidade em fornecer informações que a nós venham ser solicitadas quanto a participações e nossos atos de análise administrativos.
Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa
Ontem, durante sua live semanal, Bolsonaro anunciou que pediu os nomes dos integrantes da Anvisa responsáveis por aprovar a aplicação da vacina da Pfizer contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Ele ainda voltou a criticar a exigência de vacinação e o passaporte sanitário, e disse que ainda avaliaria com a primeira-dama Michelle se vai ou não imunizar a filha Laura, de 11 anos. (Assista abaixo)
"Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas", afirmou. "A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui."
Ameaças de morte
Em outubro, a possibilidade de incluir o público infantil na campanha de vacinação contra a covid-19 já havia motivado ameaças de morte a cinco diretores da Anvisa. Eles receberam e-mails com intimidações em caso de aprovação da vacina para crianças — o que acabou acontecendo ontem, quase dois meses depois.
Um trecho da mensagem, obtida pelo site O Antagonista, diz: "Deixando bem claro para os responsáveis, de cima para baixo: quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho: será morto."
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