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ConecteSUS é restabelecido com 'instabilidade' 13 dias após ataque hacker

ConecteSUS voltou a funcionar, mas a emissão do comprovante de vacinação ainda registra problemas - Lucas Silva/Governo do Amazonas
ConecteSUS voltou a funcionar, mas a emissão do comprovante de vacinação ainda registra problemas Imagem: Lucas Silva/Governo do Amazonas

Do UOL, em São Paulo

23/12/2021 21h30Atualizada em 23/12/2021 21h58

O Ministério da Saúde informou hoje que o sistema do ConecteSUS foi restabelecido, 13 dias após um ataque hacker tirá-lo do ar. A pasta alertou, porém, que o acesso ao certificado de vacinação contra a covid-19 pode apresentar "instabilidade", ao menos em um primeiro momento, devido ao grande volume de acessos.

"O Ministério da Saúde informa que o aplicativo ConecteSUS foi restabelecido. A pasta destaca que a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 pode apresentar instabilidade nas primeiras horas, em razão do volume dos acessos", publicou o perfil oficial do Ministério da Saúde em uma rede social.

Para fazer um teste, a reportagem do UOL tentou acessar o ConecteSUS pelo computador e pelo aplicativo de celular duas vezes. Na primeira, foi possível fazer o login, mas não emitir o comprovante de vacinação contra a covid-19. Na segunda tentativa, feita alguns minutos depois, o certificado enfim apareceu.

No último sábado (18), o MPF (Ministério Público Federal) elaborou um ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedindo mais informações sobre o ataque hacker ao ConecteSUS, ocorrido no último dia 10. Como Queiroga é chefe de uma pasta federal, o pedido foi enviado primeiro à PGR (Procuradoria-Geral da República), que agora deve encaminhá-lo ao ministro, como determina a lei.

A partir da data de recebimento, Queiroga terá até dez dias úteis para prestar as informações solicitadas pelo MPF.

"Considerando que recentemente foi reportado novo episódio de ataque externo ('hacker') ao aplicativo ConecteSUS desse Ministério da Saúde (...) e considerando o risco de dano que ele encerra para os titulares dos dados pessoais sensíveis ali armazenados, solicito a Vossa Excelência [Queiroga] que preste informações pormenorizadas sobre o assunto", diz um trecho do ofício, assinado pela procuradora da República Luciana Loureiro.

Até então, o Brasil vivia um apagão nos dados da covid-19, com a divulgação dos números de casos e mortes prejudicada. Hoje, por exemplo, o país chegou à média diária de 100 mortes por covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Mas os números estão subnotificados, porque muitos estados ainda têm dificuldade para acessar os sistemas do Ministério da Saúde.

Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Paraíba e Tocantins não divulgaram novos dados da covid-19 nesta quinta-feira (23). Já Bahia, Maranhão, Piauí e Acre tiveram atualizações parciais.

Ataque ao ConecteSUS

Em 10 de dezembro, os sites do Ministério da Saúde e do ConecteSUS saíram do ar após um ataque hacker ocorrido na madrugada. Na ocasião, a pasta informou que alguns sistemas foram comprometidos e que acionou a Polícia Federal e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para investigar o caso.

Naquele mesmo dia, a secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse ser "cedo" para saber se houve perda de dados, mas reforçou que "as expectativas são boas", uma vez que tanto o Ministério da Saúde quanto a empresa que hospeda essas informações têm política de backup. (Assista abaixo)

A gente tem, sim, uma política de backup. Não só o Ministério, mas também a empresa. Assim que a gente tiver uma confirmação, a gente informa prontamente. Tudo isso está em investigação. É uma base [de dados] muito extensa, complexa. A gente tem boas expectativas, mas a gente aguarda a equipe técnica finalizar toda a análise, todo o trabalho.
Rodrigo Cruz, sobre ataque hacker