Apagão de dados persiste e Brasil registra média de 100 mortes por covid
O Brasil registrou hoje uma média de 100 mortes por covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Os números estão subnotificados, porque muitos estados continuam com dificuldades de acessar os sistemas do Ministério da Saúde, que sofreram um ataque hacker há 13 dias.
O Ministério da Saúde informou que restabeleceu o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, na terça-feira (21). Mas alguns estados dizem que o problema persiste. Nesta quinta-feira, não atualizaram as informações Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Paraíba, Tocantins. Já Bahia, Maranhão, Piauí e Acre tiveram atualizações parciais.
O apagão nos dados dificulta a análise do cenário atual da pandemia em cada região do país. Os dados apontam para a queda do número de mortes por covid-19 no país, mas não é possível calcular o tamanho desta queda, devido à ausência das informações de alguns estados.
Entre os estados que atualizaram seus dados, 11 apresentam queda de mortes por covid-19 e 6 estão em um momento de estabilidade. Outros 3 apresentam alta: Amapá, Amazonas e Rio Grande do Norte. A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
Os dados disponíveis mostram que o número de mortes pela covid-19 no Brasil, até agora, superou 618 mil. Já o total de pessoas que tiveram diagnóstico positivo para a doença passa de 22,2 milhões.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-18%)
- Minas Gerais: queda (-38%)
- Rio de Janeiro: dados afetados pelo apagão
- São Paulo: queda (-65%)
Região Norte
- Acre: dados afetados pelo apagão
- Amazonas: alta (25%)
- Amapá: alta (100%)
- Pará: queda (-18%)
- Rondônia: estabilidade (-5%)
- Roraima: queda (-43%)
- Tocantins: dados afetados pelo apagão
Região Nordeste
- Alagoas: estabilidade (-11%)
- Bahia: queda (-23%) *dados atualizados parcialmente
- Ceará: queda (-54%)
- Maranhão: queda (-54%) *dados atualizados parcialmente
- Paraíba: dados afetados pelo apagão
- Pernambuco: estabilidade (-9%)
- Piauí: estabilidade (-11%) *dados atualizados parcialmente
- Rio Grande do Norte: alta (67%)
- Sergipe: queda (-50%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: estabilidade (13%)
- Goiás: dados afetados pelo apagão
- Mato Grosso: estabilidade (0)
- Mato Grosso do Sul: queda (-29%)
Região Sul
- Paraná: dados afetados pelo apagão
- Rio Grande do Sul: queda (-31%)
- Santa Catarina: dados afetados pelo apagão
Queiroga se irrita com perguntas sobre vacinação infantil
Questionado hoje sobre a realização de consulta e audiência públicas para definir se crianças com idades de 5 a 11 anos devem ser incluídas no Plano Nacional de Imunização (PNI), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "grande parte dos leigos" que participarão do processo são "pais e mães que têm o direito de opinar" sobre a vacinação de seus filhos.
"Isso vai ser tratado no âmbito técnico do Ministério da Saúde. Não é eleição, é consulta pública... Não há nada de novo nisso, e foi validado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Não podemos querer usar decisões da Corte de maneira self-service. A decisão do Lewandowski é própria e o ministério a cumprirá", afirmou Queiroga.
Depois de ser questionado por jornalistas sobre a rejeição por parte do governo federal às recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) —que orientam a aplicação de doses da Pfizer no público infantil—, o ministro demonstrou irritação e encerrou a entrevista.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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