Empresas criticam recomendação da Anvisa de suspensão de cruzeiros
A Clia Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) emitiu uma nota neste domingo (2) criticando a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de suspensão da temporada de cruzeiros, após três embarcações registrarem casos de covid-19 a bordo.
A entidade, que reúne as empresas do setor, afirmou que os "menos de 400 casos positivos identificados representam cerca de 0,3%, ou seja, uma pequena minoria dos 130 mil passageiros e tripulantes embarcados desde o início da atual temporada, em novembro".
Há cinco navios de cruzeiro na costa brasileira atualmente, os MSC Splendida, Preziosa e Seaside, e os Costa Fascinosa e Diadema. O Splendida e o Diadema estão em quarentena.
Na semana passada, o Splendida atracou em Santos e o Diadema, em Salvador, com, somados, 146 casos de covid-19 entre passageiros e tripulantes.
Neste domingo, os passageiros de um novo cruzeiro no MSC Splendida foram impedidos de embarcar no porto de Santos por orientação da Anvisa. De acordo com o órgão, a embarcação levaria mais de 3 mil pessoas.
Já o MSC Preziosa, que estava no Rio de Janeiro, partiu, na noite de domingo, para um cruzeiro de sete dias no Nordeste. Entre os passageiros e tripulantes que desembarcaram na cidade, do cruzeiro anterior, foram registrados 28 casos de covid-19.
A Clia Brasil afirmou ainda, em sua nota, que os casos, "em sua grande maioria assintomáticos ou com sintomas leves, foram identificados, isolados e desembarcados, conforme o protocolo vigente, assim como seus contatos próximos, representando pouca ou nenhuma carga para os recursos médicos de bordo ou em terra".
"Fato este que comprova a eficiência dos rigorosos protocolos da indústria de cruzeiros, que foram desenvolvidos e aprovados em parceria com a Anvisa e outros órgãos governamentais para minimizar a possibilidade de infecções, priorizando a saúde e segurança dos hóspedes, tripulantes e das comunidades visitadas".
Antes da recomendação de suspensão da temporada de cruzeiros, a Anvisa já havia recomendado ao Ministério da Saúde a revisão da portaria que autoriza esse tipo de viagem nos próximos meses, por grave risco à saúde da população. A decisão é da pasta.
No comunicado emitido neste domingo, a agência pediu que passageiros que tenham viagens programadas para os próximos dias reconsiderem o embarque, tanto para proteger a saúde quanto para evitar transtornos.
Segundo o órgão, há possibilidade de interrupção da viagem, desembarque em porto diferente do planejado e que o navio entre em quarentena, "o que pode representar um desconforto para todos".
"Em que pese os esforços da Agência nos últimos dias para controlar a situação sanitária das embarcações, as ações são gravemente impactadas por falhas no cumprimento dos protocolos pactuados para início da temporada", disse a Anvisa.
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