Queiroga: 'Ministro da Saúde não é um despachante de decisão da Anvisa'
Alvo de críticas pela demora para o início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra o coronavírus, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que "não é despachante de decisão da Anvisa". A resistência por parte do governo Jair Bolsonaro (PL) em relação à aplicação de doses pediátricas atrasou o início da vacinação infantil, que só começou neste sábado —um mês depois da autorização da agência.
"O Ministério da Saúde é quem conduz a política pública, e o ministro da Saúde é a principal autoridade do sistema de saúde do Brasil. E eu, como ministro da Saúde, procuro atuar de acordo com a administração pública: moralidade, legalidade, transparência, publicidade e impessoalidade. A história vai me julgar, e eu trabalho diariamente para ter um bom julgamento da história", disse Queiroga a jornalistas.
Os comentários do ministro ocorrem num momento em que se aprofunda o atrito público entre o governo e a Anvisa por causa do processo de imunização de crianças.
Na semana passada, após o presidente Jair Bolsonaro questionar "o interesse da Anvisa por trás" da autorização da vacinação ao público infantil, o diretor da agência, Antonio Barra Torres, divulgou carta em que disse que Bolsonaro deveria abrir investigação caso tenha indícios de corrupção na agência.
Em seguida, Bolsonaro reagiu, ao afirmar ter considerado "agressivo" o tom das declarações de Barra Torres. "Eu me surpreendi com a carta dele, agressiva, não tinha motivo para aquilo... Eu perguntei o que estava por trás do que a Anvisa está fazendo. Ninguém acusou ninguém", disse Bolsonaro.
Até o fim de janeiro, a Pfizer deve entregar cerca de 4,3 milhões de doses pediátricas ao Ministério da Saúde, que fará a distribuição aos Estados. O primeiro lote chegou na última semana. No começo do mês, Queiroga anunciou que a União deverá distribuir cerca de 20 milhões de doses do imunizante ainda no primeiro trimestre.
Anvisa vs. governo: cronologia do conflito
- 16 de dezembro de 2021: Anvisa autoriza aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos;
- 20 de dezembro de 2021: Saúde anuncia consulta pública sobre vacinação infantil: "Pressa é inimiga da perfeição";
- 23 de dezembro de 2021: Barra Torres cita número "macabro" de mortes e cobra vacina a crianças;
- 6 de janeiro de 2022: Bolsonaro questiona interesse da Anvisa por trás de vacinação infantil;
- 8 de janeiro de 2022: Barra Torres rebate declarações de Bolsonaro em nota pública;
- 10 de janeiro de 2022: Carta de Barra Torres foi "agressiva", diz Bolsonaro;
- 16 de janeiro de 2022: Capitais começam a vacinar crianças. Queiroga diz que ministério não é despachante da Anvisa.
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