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Vacinar crianças contra covid-19 'não é questão coletiva', diz Queiroga

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e Zé Gotinha recebem primeiro lote de vacinas infantis da Pfizer contra a covid - Roberto Casemiro/FotoArena/Estadão Conteúdo
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e Zé Gotinha recebem primeiro lote de vacinas infantis da Pfizer contra a covid Imagem: Roberto Casemiro/FotoArena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

14/01/2022 19h31

Em conversa com jornalistas hoje, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a vacinação de crianças contra a covid-19 não é uma questão de coletividade, mas de decisão individual dos pais e responsáveis. Apesar disso, o ministro ressaltou que a vacina infantil da Pfizer, a única liberada no Brasil para esse público, é segura.

"Nos EUA, segundo o CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças], aplicaram mais de 8 milhões dessa vacinas pediátricas. Até o momento, a vacina tem perfil de segurança", afirmou. "Não é uma questão coletiva, os pais precisam tomar essa decisão", completou.

"A recomendação do Ministério está feita: os pais são livres para levar seus filhos até as salas de vacinação. Se tem dúvida, consulte um médico de sua confiança. Elas [vacinas] são liberadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que atestou a segurança das vacinas", reforçou.

Hoje, o Brasil imunizou a primeira criança na faixa etária de 5 a 11 anos contra o coronavírus. O ministro não quis dizer se levaria um filho dessa idade para tomar a vacina. "Se eu tivesse um filho dessa idade, a minha mulher me mataria", afirmou.

A fala de Queiroga sobre coletividade vai contra a posição de entidades mundiais e cientistas, que defendem justamente que a vacinação é uma questão coletiva para proteger a si mesmo e os outros ao redor.

Ontem, o ministro da Saúde havia dito que a imunização com segunda e terceira dose é a melhor forma de aliviar a pressão no sistema de saúde, causada pela variante ômicron e a nova cepa da gripe.

Rivalidade com Doria

Questionado hoje se a CoronaVac, do Instituto Butantan em São Paulo, poderá ser incluída como opção para imunizar o público infantil, Queiroga disse ser necessário esperar pela avaliação da Anvisa, mas que todas as vacinas são consideradas, independente "da farmacêutica".

Em vários momentos da conversa, o ministro ressaltou que os imunizantes aplicados são do Brasil e foram garantidos "pelo governo [de Jair] Bolsonaro".

No Twitter hoje, Queiroga acusou o governador de São Paulo e presidenciável, João Doria (PSDB), de usar a vacinação com intenção eleitoral.

"Está com as vacinas do governo brasileiro e do povo brasileiro em mãos fazendo palanque. Acha que isso vai tirá-lo dos 3%. Desista!", escreveu o ministro, em referência ao percentual de intenção de votos de Doria em pesquisas sobre as eleições presidenciais de 2022.

Horas depois, o partido de Doria foi às redes sociais postar um meme como se o presidenciável fosse participante do Big Brother Brasil 2022. Na sua profissão, a equipe escreveu que Doria é "pai da vacina".