Hepatite misteriosa causou 6 mortes de crianças no mundo, diz OMS
A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que seis crianças morreram em razão da misteriosa hepatite no mundo. Os dados foram atualizados no domingo (15) e divulgados ontem.
O órgão registrou 429 casos prováveis da doença em 22 países, nove deles na Europa. Além das seis mortes, 26 crianças precisaram de transplantes.
Em muitos casos são relatados icterícia e sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômito.
Em sete países da América são 33 casos, segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), escritório regional da OMS. No dia 10 de maio, o colunista do UOL Carlos Madeiro mostrou que, no Brasil, são 16 casos suspeitos em investigação pelo Ministério da Saúde em seis estados, além da morte de um bebê.
"Até 17 de maio de 2022, 33 casos prováveis de hepatite aguda de origem desconhecida foram notificados em crianças em sete países das Américas. Nenhum país relatou à Opas mortalidade ou a realização de transplantes em crianças por esta causa", disse um porta-voz da organização.
"Por 'caso provável' queremos dizer um caso em que a infecção pelos vírus da hepatite A, B, C e E foi descartada e outras condições são atendidas", explicou.
A Opas não especificou quais países americanos relataram casos dessa doença rara que afeta crianças pequenas.
"Pode levar algum tempo antes que possamos estabelecer de fato os mecanismos de causa", disse Enrique Pérez, chefe de Informações sobre Emergências de Saúde e Avaliação de Riscos da Opas, em uma coletiva de imprensa ontem.
Mas dois países da América do Norte informaram nos últimos dias que investigam casos desse tipo — o México disse que analisava 21 casos e os Estados Unidos apontaram que estudam 109 casos, incluindo cinco mortes.
O que é a hepatite misteriosa?
A OMS emitiu um alerta sobre um surto de casos de hepatite aguda infantil de causa desconhecida no dia 15 de abril.
A hepatite é uma inflamação do fígado geralmente causada por uma infecção viral. Mas a doença também pode ser provocada pela exposição a alguns produtos químicos, consumo excessivo de álcool, drogas e certos distúrbios genéticos.
Os vírus comuns da hepatite não foram encontrados em nenhum dos casos, segundo o Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC) e a OMS.
Segundo a OMS, as investigações ainda estão em andamento para descobrir o agente causador do que, neste momento, a entidade classifica como "hepatite aguda de etiologia desconhecida". Entre as hipóteses para a causa da doença, estão a infecção por um adenovírus ou outro tipo de agente. Os pesquisadores investigam ainda a possibilidade de o problema ser uma sequela da covid-19.
As informações iniciais ainda precisam ser analisadas. Segundo o infectologista Celso Granato, é possível que "em semanas" pesquisadores identifiquem a real causa da doença. "Vemos a OMS investindo em investigação rápida porque, se não se esclarece a causa, é difícil organizar medida preventiva", diz.
É importante lembrar que a OMS já destacou que os casos não têm relação com a vacina da covid-19. Em Israel, inclusive, o chefe da unidade pediátrica Shaare Zedek Medical Center disse que a maioria das crianças com casos da hepatite havia sido infectada com o novo coronavírus em algum momento do passado. Testes não apontaram infecção pelo adenovírus, disse o médico ao site da revista norte-americana Wired.
* Com informações da AFP
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