Top da Semana

26/01 a 01/02 por Mauricio Stycer

Segundo maior incêndio já ocorrido no Brasil, a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), deixou 236 mortos e mais de 100 de feridos, muitos ainda em estado grave. A tragédia ganhou contornos ainda mais dramáticos pelo fato de que quase todas as vítimas eram jovens universitários. Uma semana depois, relembre aqui algumas histórias do caso.

Celular de vítima tinha 104 chamadas não atendidas

Poucos depoimentos deram uma dimensão tão dramática dos eventos quanto o do tenente-coronel Adilomar Silva, chefe da Defesa Civil de Santa Maria. Ele participou do resgate às vítimas e descreveu a cena em que corpos retirados da boate foram estendidos na rua e celulares não paravam de tocar. "Havia um celular que tinha 104 chamadas não atendidas, certamente de familiares desesperados". Leia mais

Vítima de pneumonia química procura anônimo que a salvou

Primeiro caso de pneumonia química entre as vítimas, Ingrid Preigschadt Galvani já deixou a UTI e agora procura o "herói anônimo" que salvou sua vida. Quando as chamas e a fumaça começaram a se espalhar, Ingrid colocou a cabeça dentro de um freezer, tomou ar sem fumaça e tentou sair do local. Não conseguiu e, quando achou que ia desmaiar, foi puxada por um anônimo. Leia mais

Imagem do esforço de um estudante corre o mundo

Uma das imagens-símbolo da tragédia mostra o estudante Ezequiel Corte Real carregando uma das vítimas no meio da rua. Ele contou que o homem que levou para fora da casa noturna terminou morrendo. A pedido da família da vítima, não revelou o seu nome. "A irmã dele, Bruna, me ligou hoje para agradecer minha tentativa", afirmou Corte Real. Leia mais

Passeata silenciosa homenageia as vítimas

Entre as muitas homenagens, talvez a mais tocante tenha sido a passeata pelas ruas de Santa Maria, com a presença de cerca de 10 mil pessoas, em silêncio. De camisetas brancas com uma faixa preta representando o luto pelas vítimas, os manifestantes percorreram o mesmo trajeto que os corpos fizeram após a tragédia. "A caminhada é silenciosa, porque no tumulto não se pede paz", disse um organizador. Leia mais

Entreguei-os para Deus, diz mãe que perdeu dois filhos

"Eu entreguei eles para Deus na hora em que saíram para a boate", diz a doceira Elaine Gonçalves, 61, mãe de Gustavo e Deivis Marques Gonçalves. Os dois irmãos morreram em consequência do incêndio da boate Kiss --Deivis no mesmo domingo da tragédia, Gustavo agonizou com 70% do corpo queimado e teve morte encefálica dois dias depois no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Leia mais

Enterros de irmãos mortos emocionam até coveiro

Fazendo hora-extra, o coveiro Valmir Cabrera tenta se manter frio, mas nem sempre consegue. "A morte acaba virando uma rotina na nossa profissão, mas é muito triste ver o sofrimento de uma mãe que perdeu dois filhos. É comovente", disse após os enterros de Marcelo e Pedro Salas, de 20 e 17 anos e, um dia depois, dos irmãos Gustavo e Deives Gonçalves, de 21 e 33 anos. Leia mais

Espuma no teto alastrou o incêndio

O delegado Marcelo Arigony, que chefia as investigações sobre o incêndio na boate Kiss, disse que se a espuma que servia como isolante acústico não existisse, "talvez o foco do incêndio seria menor". A espuma ficava entre o isolamento e a fibra de vidro para melhorar a acústica do local. "No local onde não tinha espuma, praticamente não queimou", disse. Leia mais

Donos da boate e músicos são presos para não obstruir provas

As prisões temporárias de dois sócios da boate Kiss e de dois músicos da banda Gurizada Fandangueira foram motivadas por indícios de que eles estariam prejudicando as investigações com o desaparecimento ou com a manipulação de provas. A prisão deles foi prorrogada pela Justiça na sexta-feira (1º) por mais 30 dias. Leia mais

Prefeito vê "exploração política" em pedido de afastamento

O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer (PMDB), diz que não se pode comparar a tragédia local com a acontecida em Buenos Aires em 2004, quando o prefeito acabou afastado após um incêndio em uma casa noturna que matou 194 pessoas. "A tragédia não comporta nenhuma exploração política", disse. Leia mais

10º

Onda de vistorias se espalha por todo o Brasil

O Corpo de Bombeiros de São Paulo vistoriou 303 casas noturnas e espaços que reúnem grande quantidade de gente de 17 cidades, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado. A ação faz parte da Operação Prevenção Máxima, iniciada por ordem do governador Geraldo Alckmin. Ações semelhantes ocorreram em diversos Estados brasileiros esta semana. Leia mais

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