Beppe Grillo, o humorista 'antissistema' que incomoda os políticos da Itália
ROMA, 22 Mai 2012 (AFP) -O humorista e ator genovês Beppe Grillo arrasou na segunda-feira nas eleições municipais da Itália com o midiático "Movimento Cinco Estrelas" e seus vibrantes discursos contra o sistema, apesar das acusações de demagogo e populista lançadas pela classe política.
"É uma vitória da democracia sobre o capitalismo. Os cidadãos ganharam sem gastar um centavo para a campanha. É um fato completamente novo", comentou Grillo, de 63 anos, em declarações feitas pela internet, como de costume.
Respeitando seu estilo, corrosivo e histriônico, por vezes vulgar, "o profeta Grillo", como é chamado pelo jornal La Stampa, comemorou na web a arrasadora vitória obtida por seu movimento no segundo turno de domingo e segunda-feira nas eleições municipais.
Apesar da alta abstenção registrada, os candidatos do movimento de Grillo governarão pela primeira vez a Prefeitura de Parma, cidade de 188 mil habitantes, tradicionalmente de direita, assim como Mira (39.000 habitantes), Comacchio (23.000) e Sarego (6.500), todas no nordeste da península.
"Os cidadãos se escolhem e se elegem eles mesmos", explicou Grillo, fervoroso simpatizante da democracia direta, horizontal, que se controla e se regulamenta por si mesma.
O humorista, que está revolucionando a política italiana, é, acima de tudo, um mago dos meios de comunicação, depois de se estabelecer nos anos 70 e 90 como o rosto mordaz da comédia na televisão, até ser silenciado e censurado por anos.
O líder carismático de um movimento de cidadãos cansados das intrigas da velha política, que desejam se autogovernar, é um crítico dos privilégios da classe política, do capitalismo selvagem e corrupto, o que lhe valeu sua enorme popularidade.
Considerado uma pessoa muito informada, que documenta suas críticas, é também um defensor do meio ambiente e costuma prometer transparência e integridade.
Diante de uma direita completamente órfã e desorientada pela ausência de seus líderes, aniquilados pelos escândalos de corrupção e pela má gestão dos fundos públicos, como é o caso de Silvio Berlusconi e Umberto Bossi, o comediante genovês se impôs com um método moderno, econômico e rápido de trabalho.
Através da internet, de um blog e de uma rede territorial com mais de duzentos grupos de encontro, Grillo anima o debate, estuda propostas, lança anátemas.
Seu blog, iniciado em 2000, se tornou em um prazo recorde o mais consultado e influente da Itália e a revista americana Forbes o considera o sétimo mais importante do mundo.
Grillo, um homem gordo, de cabelos brancos e que fala aos gritos, é capaz de insultar o respeitado presidente da República, Giorgio Napolitano, apelidado por ele de "cadáver" por sua idade, 87 anos, e aprova a saída da Itália do euro.
O humorista não perdoa ninguém, e inclusive o austero tecnocrata Mario Monti, designado chefe do governo para tirar a Itália da crise, recebeu o apelido de "Rigor Montis", um jogo de palavras com "rigor mortis".
Antimilitarista, defensor de uma reforma do sistema político e do corte dos magníficos honorários dos congressistas, que tacha os partidos de "câncer da democracia", enfrenta pela primeira vez o desafio de governar.
"Deixe de insultar, tenha serenidade e diga o que quer fazer com este país", pediu na terça-feira o líder de centro-esquerda, Pierluigi Bersani.
O "palhaço", o "demagogo", o "homem incontrolável", como é apelidado pelos políticos, precisa agora enfrentar programas e orçamentos.
Para isso, conta com uma série de simpatizantes de 30 a 40 anos, muitos deles engenheiros, professores, funcionários públicos e técnicos em computação com vontade de mudar o rosto da Itália.
"É uma vitória da democracia sobre o capitalismo. Os cidadãos ganharam sem gastar um centavo para a campanha. É um fato completamente novo", comentou Grillo, de 63 anos, em declarações feitas pela internet, como de costume.
Respeitando seu estilo, corrosivo e histriônico, por vezes vulgar, "o profeta Grillo", como é chamado pelo jornal La Stampa, comemorou na web a arrasadora vitória obtida por seu movimento no segundo turno de domingo e segunda-feira nas eleições municipais.
Apesar da alta abstenção registrada, os candidatos do movimento de Grillo governarão pela primeira vez a Prefeitura de Parma, cidade de 188 mil habitantes, tradicionalmente de direita, assim como Mira (39.000 habitantes), Comacchio (23.000) e Sarego (6.500), todas no nordeste da península.
"Os cidadãos se escolhem e se elegem eles mesmos", explicou Grillo, fervoroso simpatizante da democracia direta, horizontal, que se controla e se regulamenta por si mesma.
O humorista, que está revolucionando a política italiana, é, acima de tudo, um mago dos meios de comunicação, depois de se estabelecer nos anos 70 e 90 como o rosto mordaz da comédia na televisão, até ser silenciado e censurado por anos.
O líder carismático de um movimento de cidadãos cansados das intrigas da velha política, que desejam se autogovernar, é um crítico dos privilégios da classe política, do capitalismo selvagem e corrupto, o que lhe valeu sua enorme popularidade.
Considerado uma pessoa muito informada, que documenta suas críticas, é também um defensor do meio ambiente e costuma prometer transparência e integridade.
Diante de uma direita completamente órfã e desorientada pela ausência de seus líderes, aniquilados pelos escândalos de corrupção e pela má gestão dos fundos públicos, como é o caso de Silvio Berlusconi e Umberto Bossi, o comediante genovês se impôs com um método moderno, econômico e rápido de trabalho.
Através da internet, de um blog e de uma rede territorial com mais de duzentos grupos de encontro, Grillo anima o debate, estuda propostas, lança anátemas.
Seu blog, iniciado em 2000, se tornou em um prazo recorde o mais consultado e influente da Itália e a revista americana Forbes o considera o sétimo mais importante do mundo.
Grillo, um homem gordo, de cabelos brancos e que fala aos gritos, é capaz de insultar o respeitado presidente da República, Giorgio Napolitano, apelidado por ele de "cadáver" por sua idade, 87 anos, e aprova a saída da Itália do euro.
O humorista não perdoa ninguém, e inclusive o austero tecnocrata Mario Monti, designado chefe do governo para tirar a Itália da crise, recebeu o apelido de "Rigor Montis", um jogo de palavras com "rigor mortis".
Antimilitarista, defensor de uma reforma do sistema político e do corte dos magníficos honorários dos congressistas, que tacha os partidos de "câncer da democracia", enfrenta pela primeira vez o desafio de governar.
"Deixe de insultar, tenha serenidade e diga o que quer fazer com este país", pediu na terça-feira o líder de centro-esquerda, Pierluigi Bersani.
O "palhaço", o "demagogo", o "homem incontrolável", como é apelidado pelos políticos, precisa agora enfrentar programas e orçamentos.
Para isso, conta com uma série de simpatizantes de 30 a 40 anos, muitos deles engenheiros, professores, funcionários públicos e técnicos em computação com vontade de mudar o rosto da Itália.