Assad inflexível e decidido a vencer a guerra na Síria
DAMASCO, 29 Ago 2012 (AFP) -O presidente sírio, Bashar al-Assad, rejeitou a ideia de uma zona desmilitarizada na Síria para proteger os refugiados e mostrou-se inflexível em sua vontade de derrotar a rebelião após 17 meses de um conflito devastador contra seu regime, em declarações transmitidas nesta quarta-feira pela televisão.
No momento em que a Síria está devastada pela violência, Assad mostrou claramente que não está disposto a ceder, apesar dos muitos chamados para abandonar o poder.
"Posso resumir (a situação) em uma frase: avançamos, a situação é melhor, mas ainda não vencemos. Isso ainda leva tempo", disse na entrevista à rede de televisão privada Ad Dunia, favorável ao regime, que será exibida na íntegra na noite desta quarta-feira.
O presidente, que afirma ter o apoio da maioria da população para acabar com os rebeldes, admitiu "muitos erros" de seu regime, mas assegurou que, apesar disso, existia "um vínculo sólido" entre o poder e o povo.
Na véspera de uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU, na quinta-feira em Nova York sobre a ajuda humanitária aos refugiados sírios, Assad considerou "irreal" o projeto de uma zona de segurança na Síria levantado pelas potências ocidentais e pela Turquia.
A Rússia exigiu uma "investigação imparcial" na Síria após o atentado sangrento de terça-feira perto de Damasco e a descoberta, dois dias antes, de centenas de corpos depois de uma ofensiva do exército na região, informou nesta quarta-feira o ministério das Relações Exteriores.
Desde o início da revolta, em março de 2011, o regime de Assad conta com o apoio da Rússia e da China no Conselho de Segurança.
Sobrecarregada pelo êxodo de sírios, a Turquia multiplicou os chamados para a criação destas zonas de proteção perto de sua fronteira e disse esperar que o Conselho de Segurança aja para abrigar os refugiados "em campos" na Síria.
Assad ridiculariza os dissidentes O presidente Assad inclusive ridicularizou as deserções de políticos e militares de alto escalão, que sacudiram seu regime nos últimos meses, incluindo a do primeiro-ministro Riad Hijab e de várias pessoas próximas ao regime, diplomatas e muitos generais.
"Os patriotas e as pessoas de bem não fogem, não abandonam a pátria. Finalmente esta operação é positiva, é uma operação de autolimpeza do Estado, em primeiro lugar, e da nação em geral", lançou Assad.
As intervenções do presidente são pouco frequentes desde o início da revolta, desencadeada por manifestações pacíficas a favor de reformas democráticas, mas transformada em rebelião armada diante da brutal repressão do regime.
O Irã, principal aliado do regime na região, acolhe na quinta e na sexta-feira uma cúpula de Países Não Alinhados, da qual participarão o primeiro-ministro e o chefe da diplomacia sírios.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Teerã para a cúpula, disse que abordou com o presidente do Parlamento iraquiano, Ali Larijan, a crise síria e "o papel importante que o Irã pode desempenhar para ajudar a resolvê-la pacificamente", segundo o site oficial do Parlamento iraniano.
O regime de Assad nunca admitiu a magnitude do protesto, que teve início durante a Primavera Árabe, e acusa a oposição e os rebeldes de serem "grupos terroristas" vendidos ao exterior, enquanto suas tropas seguem bombardeando e atacando os rebeldes em muitas cidades, incluindo Damasco.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, as principais frentes onde os confrontos prosseguem são as de Damasco e de sua periferia e as de Aleppo (norte) e Idleb (noroeste).
Ataque rebelde com artilharia Os rebeldes afirmaram ter destruído nesta quarta-feira cinco helicópteros do exército sírio em bombardeios no aeroporto militar de Taftanaz (norte).
O aeroporto, situado na província de Idleb, perto de Aleppo e utilizado pelo exército para bombardear os bastiões rebeldes próximos, "foi atacado com dois tanques. Baterias antiaéreas também foram utilizadas", assegurou.
A AFP não conseguiu verificar estas informações de maneira independente, devido às limitações impostas pelo regime à imprensa estrangeira.
Ao menos 52 pessoas, entre elas 32 civis, 15 soldados e 5 rebeldes, morreram nesta quarta-feira em atos de violência no país, segundo um balanço provisório do OSDH.
Em mais de 17 meses, mais de 25 mil pessoas morreram, segundo o OSDH, e centenas de milhares de sírios se refugiaram nos países vizinhos, principalmente na Jordânia, Turquia e Líbano.
No momento em que a Síria está devastada pela violência, Assad mostrou claramente que não está disposto a ceder, apesar dos muitos chamados para abandonar o poder.
"Posso resumir (a situação) em uma frase: avançamos, a situação é melhor, mas ainda não vencemos. Isso ainda leva tempo", disse na entrevista à rede de televisão privada Ad Dunia, favorável ao regime, que será exibida na íntegra na noite desta quarta-feira.
O presidente, que afirma ter o apoio da maioria da população para acabar com os rebeldes, admitiu "muitos erros" de seu regime, mas assegurou que, apesar disso, existia "um vínculo sólido" entre o poder e o povo.
Na véspera de uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU, na quinta-feira em Nova York sobre a ajuda humanitária aos refugiados sírios, Assad considerou "irreal" o projeto de uma zona de segurança na Síria levantado pelas potências ocidentais e pela Turquia.
A Rússia exigiu uma "investigação imparcial" na Síria após o atentado sangrento de terça-feira perto de Damasco e a descoberta, dois dias antes, de centenas de corpos depois de uma ofensiva do exército na região, informou nesta quarta-feira o ministério das Relações Exteriores.
Desde o início da revolta, em março de 2011, o regime de Assad conta com o apoio da Rússia e da China no Conselho de Segurança.
Sobrecarregada pelo êxodo de sírios, a Turquia multiplicou os chamados para a criação destas zonas de proteção perto de sua fronteira e disse esperar que o Conselho de Segurança aja para abrigar os refugiados "em campos" na Síria.
Assad ridiculariza os dissidentes O presidente Assad inclusive ridicularizou as deserções de políticos e militares de alto escalão, que sacudiram seu regime nos últimos meses, incluindo a do primeiro-ministro Riad Hijab e de várias pessoas próximas ao regime, diplomatas e muitos generais.
"Os patriotas e as pessoas de bem não fogem, não abandonam a pátria. Finalmente esta operação é positiva, é uma operação de autolimpeza do Estado, em primeiro lugar, e da nação em geral", lançou Assad.
As intervenções do presidente são pouco frequentes desde o início da revolta, desencadeada por manifestações pacíficas a favor de reformas democráticas, mas transformada em rebelião armada diante da brutal repressão do regime.
O Irã, principal aliado do regime na região, acolhe na quinta e na sexta-feira uma cúpula de Países Não Alinhados, da qual participarão o primeiro-ministro e o chefe da diplomacia sírios.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Teerã para a cúpula, disse que abordou com o presidente do Parlamento iraquiano, Ali Larijan, a crise síria e "o papel importante que o Irã pode desempenhar para ajudar a resolvê-la pacificamente", segundo o site oficial do Parlamento iraniano.
O regime de Assad nunca admitiu a magnitude do protesto, que teve início durante a Primavera Árabe, e acusa a oposição e os rebeldes de serem "grupos terroristas" vendidos ao exterior, enquanto suas tropas seguem bombardeando e atacando os rebeldes em muitas cidades, incluindo Damasco.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, as principais frentes onde os confrontos prosseguem são as de Damasco e de sua periferia e as de Aleppo (norte) e Idleb (noroeste).
Ataque rebelde com artilharia Os rebeldes afirmaram ter destruído nesta quarta-feira cinco helicópteros do exército sírio em bombardeios no aeroporto militar de Taftanaz (norte).
O aeroporto, situado na província de Idleb, perto de Aleppo e utilizado pelo exército para bombardear os bastiões rebeldes próximos, "foi atacado com dois tanques. Baterias antiaéreas também foram utilizadas", assegurou.
A AFP não conseguiu verificar estas informações de maneira independente, devido às limitações impostas pelo regime à imprensa estrangeira.
Ao menos 52 pessoas, entre elas 32 civis, 15 soldados e 5 rebeldes, morreram nesta quarta-feira em atos de violência no país, segundo um balanço provisório do OSDH.
Em mais de 17 meses, mais de 25 mil pessoas morreram, segundo o OSDH, e centenas de milhares de sírios se refugiaram nos países vizinhos, principalmente na Jordânia, Turquia e Líbano.