Mais de três milhões fugiram da Síria por guerra e jihadistas
DAMASCO, 29 Ago 2014 (AFP) - Mais de três milhões de sírios fugiram de seu país, atingido por uma guerra civil e pelas atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico (EI), um grupo de jihadistas contra o qual o presidente Barack Obama ainda não decidiu se vai atacar na Síria.
No sul do país, negociações estão sendo conduzidas nesta sexta-feira para libertar 43 Capacetes Azuis da ONU detidos nas Colinas de Golã por grupos armados rebeldes, enquanto outros 81 continuam bloqueados em duas localidades da região.
Washington acusa o braço sírio da Al-Qaeda, a Frente Al-Nosra, do sequestro.
Após mais de três anos de guerra civil, que se transformou em um complexo conflito sangrento marcado pelo avanço do EI, o número de refugiados ultrapassou os três milhões, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Esse número não inclui os centenas de milhares que fugiram sem se registrar como refugiados ou deslocados, nem as 6,5 milhões de pessoas deslocadas no país. Estes números indicam que cerca de 50% dos sírios foram obrigados a fugir de suas casas, segundo a ACNUR.
A agência da ONU também se referiu a "cidades onde as pessoas estão cercadas, com fome e sendo mortas indiscriminadamente."
A pior emergência humanitária
"A crise síria se tornou a maior emergência humanitária do nosso tempo. Contudo, o mundo não consegue responder às necessidades dos refugiados e dos países de acolhimento", lamentou a ACNUR.
A atriz americana e embaixadora da boa vontade da ACNUR Angelina Jolie declarou nesta sexta-feira em um comunicado estar comovida com o número crescente de refugiados, o que considera "um sinal inquestionável do fracasso coletivo para acabar com a guerra na Síria."
A ONU estima que 191 mil pessoas morreram no país desde março de 2011.
Neste contexto, as atrocidades aumentam na Síria, onde o EI executou nesta semana mais de 160 soldados no norte.
O grupo ultrarradical divulgou um vídeo no qual dezenas de jovens, apresentados como soldados sírios, marcham pelo deserto descalços e com as mãos na cabeça, antes de serem executados.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os soldados tinham sido capturados após a tomada de várias bases militares na província setentrional de Raqa, agora sob o controle do EI.
Este grupo sunita que surgiu em 2006 no Iraque reapareceu com força total em 2013 durante a guerra civil na Síria. No final de junho proclamou um "califado" islâmico em áreas sob seu controle neste país e no Iraque, onde os Estados Unidos lançaram uma campanha de ataques aéreos contra as suas posições em 8 de agosto.
1,6 milhão de deslocados no Iraque
Os Estados Unidos chegaram a insinuar que poderiam atacar este grupo também na Síria, mas Obama indicou na quinta-feira que ainda não tinha uma estratégia sobre o assunto.
A situação é delicada para Washington, que se vê contra um inimigo comum de Damasco, depois de ter apoiado os rebeldes moderados desde o início do conflito iniciado após a violenta repressão aos protestos pacíficos contra o regime de Bashar al-Assad, que degenerou em uma guerra civil.
Obama declarou que seu governo continuará a "apoiar a oposição moderada, porque devemos oferecer ao povo da Síria uma alternativa à Assad e ao EI".
No vizinho Iraque, a ofensiva lançada pelo EI em 9 de junho forçou centenas de milhares a fugir de suas casas.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 1,6 milhão de iraquianos foram deslocados pela violência no país. "A maioria dos deslocados tiveram que caminhar por dias para chegar a um local mais seguro", ressalta.
E nesta sexta-feira, o grupo ultrarradical decapitou um combatente curdo no norte do país, e advertiu que outros curdos podem esperar o mesmo destino, se continuarem a cooperar com os Estados Unidos.
O exército iraquiano, que tenta apertar o cerco em torno de Amerli, uma cidade turcomana xiita 160 km ao norte de Bagdá, anunciou que lançou ataques aéreos contra as posições do EI, que sitiaram a cidade há dois meses, e que preparam uma ataque terrestre.
No sul do país, negociações estão sendo conduzidas nesta sexta-feira para libertar 43 Capacetes Azuis da ONU detidos nas Colinas de Golã por grupos armados rebeldes, enquanto outros 81 continuam bloqueados em duas localidades da região.
Washington acusa o braço sírio da Al-Qaeda, a Frente Al-Nosra, do sequestro.
Após mais de três anos de guerra civil, que se transformou em um complexo conflito sangrento marcado pelo avanço do EI, o número de refugiados ultrapassou os três milhões, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Esse número não inclui os centenas de milhares que fugiram sem se registrar como refugiados ou deslocados, nem as 6,5 milhões de pessoas deslocadas no país. Estes números indicam que cerca de 50% dos sírios foram obrigados a fugir de suas casas, segundo a ACNUR.
A agência da ONU também se referiu a "cidades onde as pessoas estão cercadas, com fome e sendo mortas indiscriminadamente."
A pior emergência humanitária
"A crise síria se tornou a maior emergência humanitária do nosso tempo. Contudo, o mundo não consegue responder às necessidades dos refugiados e dos países de acolhimento", lamentou a ACNUR.
A atriz americana e embaixadora da boa vontade da ACNUR Angelina Jolie declarou nesta sexta-feira em um comunicado estar comovida com o número crescente de refugiados, o que considera "um sinal inquestionável do fracasso coletivo para acabar com a guerra na Síria."
A ONU estima que 191 mil pessoas morreram no país desde março de 2011.
Neste contexto, as atrocidades aumentam na Síria, onde o EI executou nesta semana mais de 160 soldados no norte.
O grupo ultrarradical divulgou um vídeo no qual dezenas de jovens, apresentados como soldados sírios, marcham pelo deserto descalços e com as mãos na cabeça, antes de serem executados.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os soldados tinham sido capturados após a tomada de várias bases militares na província setentrional de Raqa, agora sob o controle do EI.
Este grupo sunita que surgiu em 2006 no Iraque reapareceu com força total em 2013 durante a guerra civil na Síria. No final de junho proclamou um "califado" islâmico em áreas sob seu controle neste país e no Iraque, onde os Estados Unidos lançaram uma campanha de ataques aéreos contra as suas posições em 8 de agosto.
1,6 milhão de deslocados no Iraque
Os Estados Unidos chegaram a insinuar que poderiam atacar este grupo também na Síria, mas Obama indicou na quinta-feira que ainda não tinha uma estratégia sobre o assunto.
A situação é delicada para Washington, que se vê contra um inimigo comum de Damasco, depois de ter apoiado os rebeldes moderados desde o início do conflito iniciado após a violenta repressão aos protestos pacíficos contra o regime de Bashar al-Assad, que degenerou em uma guerra civil.
Obama declarou que seu governo continuará a "apoiar a oposição moderada, porque devemos oferecer ao povo da Síria uma alternativa à Assad e ao EI".
No vizinho Iraque, a ofensiva lançada pelo EI em 9 de junho forçou centenas de milhares a fugir de suas casas.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 1,6 milhão de iraquianos foram deslocados pela violência no país. "A maioria dos deslocados tiveram que caminhar por dias para chegar a um local mais seguro", ressalta.
E nesta sexta-feira, o grupo ultrarradical decapitou um combatente curdo no norte do país, e advertiu que outros curdos podem esperar o mesmo destino, se continuarem a cooperar com os Estados Unidos.
O exército iraquiano, que tenta apertar o cerco em torno de Amerli, uma cidade turcomana xiita 160 km ao norte de Bagdá, anunciou que lançou ataques aéreos contra as posições do EI, que sitiaram a cidade há dois meses, e que preparam uma ataque terrestre.