Mais de 80% apoiam independência da Catalunha
BARCELONA, 10 Nov 2014 (AFP) - Resultados provisórios apontam que cerca de 80,7% das pessoas que foram às urnas, neste domingo, na Catalunha, apoiaram a independência da região - divulgou o governo local após a apuração de 88,44% das seções eleitorais.
Dos 2.043.226 votos contabilizados até o momento, 1.649.239 foram um duplo "sim" - para a transformação em Estado e pela independência -; 206.599, para o "sim-não" (10,11%); e 92.939, para o "não", grupo que descartou a participação em uma possível consulta - informou a vice-presidente da Generalitat, Joana Ortega.
O presidente regional da Catalunha, o nacionalista Artur Mas, celebrou a simbólica votação deste domingo, considerando-a "um sucesso total", com "claramente mais de dois milhões" de participantes, apesar do veto imposto por Madri.
"Que ninguém se esqueça, principalmente o governo espanhol: a Catalunha demonstrou, mais uma vez, que quer governar a si mesma", declarou Mas, em evento em Barcelona após o término da votação.
Para ele, foi "um passo gigante em nossa legítima aspiração de decidir pacífica e livremente nosso futuro".
"Lamento que as primeiras reações em Madri tenham sido, mais uma vez, reações de muita miopia política e muita indiferença, quando não de intolerância", rebateu o presidente regional, referindo-se às declarações do ministro da Justiça, Rafael Catalá, em nome do governo espanhol.
"Hoje tinham uma oportunidade de ouro para entender a mensagem da vontade catalã", acrescentou Mas.
Nesse sentido, ele citou os exemplos da Escócia, em setembro passado, e de Québec, em 1995, que conseguiram realizar referendos sobre sua independência de mútuo acordo com Reino Unido e Canadá, respectivamente.
"Todas as nações têm direito de decidir seu futuro, e a lição de democracia e de participação que a Catalunha deu reforça esse direito natural que todas as nações têm e que os Estados democráticos maduros respeitam e tornam possível exercer", comentou.
Mas foi reeleito presidente em 2012, após prometer realizar um referendo na região. Impedido por Madrid, ele promoveu essa votação simbólica, sem qualquer efeito jurídico. Organizada por voluntários, a consulta aconteceu apesar da suspensão do Tribunal Constitucional.
O ministro espanhol da Justiça, Rafael Catalá, classificou a votação de "ato de propaganda, estéril e inútil" - em declarações por volta das 21h deste domingo (18h, no horário de Brasília).
Primeiro membro do governo Mariano Rajoy a comentar a consulta após o dia de votação, o ministro defendeu que se trata de uma "propaganda política" a serviço do presidente regional Artur Mas, "sem validade democrática".
"O governo considera que estamos frente a um dia de propaganda política organizada por forças favoráveis à independência e sem qualquer validade democrática", afirma o ministro em um comunicado divulgado em nome do governo.
"Os cidadãos foram convidados a fazer parte de um simulacro inútil e estéril por meio da qual (o presidente catalão) Artur Mas quer ocultar seu fracasso pessoal em ter conseguido organizado a consulta" prometida para dezembro de 2013, leu o ministro.
"A Espanha é um regime democrático (...) que desfruta da liberdade de expressão e de manifestação, no qual as consultas populares são regidas por normas rígidas, garantindo a imparcialidade e a neutralidade. Nenhuma dessas exigências foi respeitada", criticou o governo.
"É um ato de propaganda sem consequências jurídicas, que serviu apenas para exacerbar a divisão entre catalães", completou o ministro, anunciando que o Ministério Público decidirá "nos próximos dias" se adotará "ações legais".
Dos 2.043.226 votos contabilizados até o momento, 1.649.239 foram um duplo "sim" - para a transformação em Estado e pela independência -; 206.599, para o "sim-não" (10,11%); e 92.939, para o "não", grupo que descartou a participação em uma possível consulta - informou a vice-presidente da Generalitat, Joana Ortega.
O presidente regional da Catalunha, o nacionalista Artur Mas, celebrou a simbólica votação deste domingo, considerando-a "um sucesso total", com "claramente mais de dois milhões" de participantes, apesar do veto imposto por Madri.
"Que ninguém se esqueça, principalmente o governo espanhol: a Catalunha demonstrou, mais uma vez, que quer governar a si mesma", declarou Mas, em evento em Barcelona após o término da votação.
Para ele, foi "um passo gigante em nossa legítima aspiração de decidir pacífica e livremente nosso futuro".
"Lamento que as primeiras reações em Madri tenham sido, mais uma vez, reações de muita miopia política e muita indiferença, quando não de intolerância", rebateu o presidente regional, referindo-se às declarações do ministro da Justiça, Rafael Catalá, em nome do governo espanhol.
"Hoje tinham uma oportunidade de ouro para entender a mensagem da vontade catalã", acrescentou Mas.
Nesse sentido, ele citou os exemplos da Escócia, em setembro passado, e de Québec, em 1995, que conseguiram realizar referendos sobre sua independência de mútuo acordo com Reino Unido e Canadá, respectivamente.
"Todas as nações têm direito de decidir seu futuro, e a lição de democracia e de participação que a Catalunha deu reforça esse direito natural que todas as nações têm e que os Estados democráticos maduros respeitam e tornam possível exercer", comentou.
Mas foi reeleito presidente em 2012, após prometer realizar um referendo na região. Impedido por Madrid, ele promoveu essa votação simbólica, sem qualquer efeito jurídico. Organizada por voluntários, a consulta aconteceu apesar da suspensão do Tribunal Constitucional.
O ministro espanhol da Justiça, Rafael Catalá, classificou a votação de "ato de propaganda, estéril e inútil" - em declarações por volta das 21h deste domingo (18h, no horário de Brasília).
Primeiro membro do governo Mariano Rajoy a comentar a consulta após o dia de votação, o ministro defendeu que se trata de uma "propaganda política" a serviço do presidente regional Artur Mas, "sem validade democrática".
"O governo considera que estamos frente a um dia de propaganda política organizada por forças favoráveis à independência e sem qualquer validade democrática", afirma o ministro em um comunicado divulgado em nome do governo.
"Os cidadãos foram convidados a fazer parte de um simulacro inútil e estéril por meio da qual (o presidente catalão) Artur Mas quer ocultar seu fracasso pessoal em ter conseguido organizado a consulta" prometida para dezembro de 2013, leu o ministro.
"A Espanha é um regime democrático (...) que desfruta da liberdade de expressão e de manifestação, no qual as consultas populares são regidas por normas rígidas, garantindo a imparcialidade e a neutralidade. Nenhuma dessas exigências foi respeitada", criticou o governo.
"É um ato de propaganda sem consequências jurídicas, que serviu apenas para exacerbar a divisão entre catalães", completou o ministro, anunciando que o Ministério Público decidirá "nos próximos dias" se adotará "ações legais".